Rio - Pacientes e funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, se envolveram em uma confusão generalizada, na manhã desta segunda-feira, devido a falta de médicos e a grande procura por atendimento devido aos sintomas gripais, resultando em um atendimento demorado na unidade. Em vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver que a discussão começou quando a mãe de uma paciente reclamava da demora no atendimento. Ela diz que chegou na unidade por volta das 5h, com sua filha menor de idade passando mal, e que às 11h a menina ainda não tinha sido atendida. Ela diz ainda que um outro paciente, que teria chegado depois, foi encaminhado para o atendimento antes da filha.
"Se está todo mundo passando mal, todo mundo é prioridade. Aí chega um cara 11h e é atendido. Aí coloca todo mundo na nossa frente e a gente que chegou 5h e 5h30 da manhã fica aqui", diz a mãe da paciente.
Em um outro vídeo, é possível ver uma correria no corredor da UPA e um funcionário aparece em uma discussão calorosa com a mãe da adolescente e outras pessoas que também aguardavam atendimento.
Procurada, a coordenação da UPA Rocha Miranda informou que uma médica que estava em atendimento desde o início do turno foi abordada por pacientes descontentes pelo tempo de atendimento, sendo agredida verbalmente e impedida de sair de sua sala. Temendo pela sua integridade física, ela foi levada para parte interna da UPA, enquanto a unidade era reorganizada após o tumulto. Momentos depois, ela deixou a unidade e entrou na ambulância para realizar a transferência de um paciente.
A unidade disse ainda que somente nesta segunda-feira, cerca de 100 atendimentos foram realizados, a maioria apresentando a síndrome gripal. A unidade contava com dois médicos clínicos e dois pediatras prestando atendimento ao público. "Todas as unidades de saúde do Município do Rio estão atendendo com sua capacidade máxima por conta do surto de gripe. Nesta segunda-feira, a UPA Rocha Miranda registrou espera no atendimento devido a grande demanda de pacientes com síndrome gripal", disse a coordenação da unidade.
No último sábado (4), um paciente já havia relatado nas suas redes sociais que foi informado que a UPA de Rocha Miranda só estava atendendo casos graves por causa da falta de médicos. Outras pessoas também relataram a ausência de médicos na unidade.
Nas redes sociais, alguns perfis se posicionaram sobre a falta de médicos nas unidades de pronto atendimento. "A tendência é piorar. Cadê os leitos de Covid-19 já que tem unidades que não têm mais internação? Aonde foi parar essa vagas? Cadê os médicos? Sumiram todos!", escreveu um perfil.
Na UPA da Tijuca, Zona Norte do Rio, Dayane Celestino da Silva, 34 anos, disse que chegou às 8h10 e só foi atendida por volta das 10h. "Agora já tem duas horas que estou esperando o médico para fazer a revisão. Eu só passei na frente porque estou grávida, mas tem gente que chegou 8h e não foi chamada ainda", disse a manicure, moradora da Mangueira
"Gente, passei na UPA da Taquara por voltas das 20h e estava lotada tanto de pessoas adultas quanto de crianças", disse mais uma. "A UPA de Jacarepaguá está lotada devido ao surto de gripe. Diversas unidades de saúde se encontram na mesma situação", lamentou outra.
Na ocasião, em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que os pacientes com sintomas de gripe devem comparecer às Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde para testagem. A pasta ainda recomenda que somente em caso de sintomas graves é que devem procurar a emergência. Na terça-feira (29), o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, afirmou que, na maioria dos casos, as UPAs estão funcionando com escala completa e a lotação é devido ao aumento na busca por atendimento
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