Familiares e amigos se despedem de Wilson, no Cemitério de IrajáCleber Mendes / Agência O Dia

Rio - O vendedor de doces Wilson Viana Almeida, de 55 anos, morto após ser baleado por um policial militar na noite do último domingo (5), durante uma confusão em um bar na Rua Guandú do Sapê, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, foi enterrado sob forte comoção na tarde desta quarta-feira no Cemitério de Irajá, na Zona Norte. 
Na despedida, estiveram amigos e familiares de Wilson. Na saída do local, um dos seis filhos da vítima falou com a imprensa. Wesley de Lima Almeida disse que o pai foi morto de forma covarde. "Um ser humano desse não tem alma. A família agora só pede justiça. Como ele (policial militar) sai atirando?", questionou.
Wesley de Almeida (blusa preta), um dos filhos de Wilson - Cleber Mendes / Agência O Dia
Wesley de Almeida (blusa preta), um dos filhos de WilsonCleber Mendes / Agência O Dia
Ao ser perguntado se a Polícia Militar procurou a família, o jovem diz que até o momento só sabe sobre a prisão do agente envolvido na morte do pai. "Não entraram em contato com a gente. Nós sabemos que o policial está preso. Não falaram mais nada. Não sabemos quanto tempo ele vai ficar preso, não sabemos o que realmente aconteceu. Só espero que ele permaneça bastante tempo lá dentro".
Entenda o caso
Wilson morreu após ser baleado na noite do último domingo em Campo Grande. Segundo testemunhas, um policial militar tentou entrar armado em um bar da região, foi barrado pela segurança e acabou arrumando confusão com os funcionários. Descontrolado com a recusa, o militar, que não foi identificado, partiu para cima de um homem apontado como chefe da segurança do local, identificado apenas como Serjão, e o baleou na perna.
Na ação, Wilson, que estava trabalhando como baleiro na porta do estabelecimento, foi atingido no pescoço. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal Rocha Faria, passou por cirurgia, mas não resistiu. O policial, que estava de folga, foi conduzido à 35ª DP (Campo Grande).
Logo após o crime, a Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão em flagrante. A 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) acompanha o caso.
*Com colaboração de Cleber Mendes