MPRJ obtém condenação de todos os milicianos ligados a Adriano da Nóbrega
Tribunal do Júri sentenciou os milicianos Marcus Vinicius Reis dos Santos e Júlio Cesar Veloso Serra a nove anos e sete anos e meio de prisão, respectivamente
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio condenou, na madrugada desta sexta-feira, os últimos dois denunciados na 'Operação Intocáveis', ocorrida em 2019, contra a principal milícia que controlava Rio das Pedras, Muzema e outras áreas da Zona Oeste do Rio. O júri sentenciou os milicianos Marcus Vinicius Reis dos Santos e Júlio Cesar Veloso Serra a nove anos e sete anos e meio de prisão, respectivamente. A condenação aconteceu após um pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
Com o resultado das sentenças, todos os 12 réus da operação foram condenados pelo 4º Tribunal do Júri. O 13º denunciado era um dos líderes da organização, Adriano da Nóbrega, conhecido como Capitão Adriano, morto em fevereiro de 2020. De acordo com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a condenação de todos os réus "mostrou o empenho das investigadores e do sistema de Justiça para combater o crime organizado no Estado do Rio".
Ao decidir a pena, o Juízo do IV Tribunal do Júri da Comarca da Capital destacou que a organização criminosa é uma das mais poderosas, ainda em atividade, em vastas regiões da Zona Oeste da capital.
Foram condenados pelo 4º Tribunal do Júri nos julgamentos anteriores os líderes da organização Ronald Paulo Alves Pereira, o major Ronald (17 anos de prisão) e Maurício Silva da Costa, o Maurição (32 anos de reclusão). Além deles também receberam penas de prisão Manoel de Brito Batista; Daniel Alves de Souza; Laerte Silva de Lima; Gerardo Alves Mascarenhas; Benedito Aurélio Ferreira Carvalho; Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba; Fabiano Cordeiro Ferreira, o Mágico; e Fábio Campelo Lima.
Relembre o caso
O grupo, chamado 'Escritório do Crime', do qual Adriano é apontado como o chefe, é formado por policiais e ex-policiais milicianos contratados para matar. A organização foi apontada como executora da vereadora Marielle Franco.
As investigações apontam que o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, presos acusados de serem os executores de Marielle Franco e Anderson Gomes, fazem parte do bando do ex-capitão do Bope Adriano. Lessa é apontado pela polícia como o autor dos 13 tiros que mataram a vereadora e Anderson. O mandante do crime ainda é desconhecido.
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