Por O Dia
Rio - A Justiça do Rio determinou, nesta segunda-feira, que 12 acusados de integrar uma milícia que dominava comunidades em Rio das Pedras e na Muzema, na Zona Oeste da cidade, devem ir a júri popular.

A decisão é do juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça. Todos os acusados foram alvo da primeira fase da Operação Intocáveis, deflagrada em janeiro do ano passado.

Na época, escutas telefônicas autorizadas pela justiça e presentes na denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelaram a rotina de cobrança, ameaças, negociação de imóveis irregulares, agiotagem, entre outras atividades criminosas dos milicianos de Rio das Pedras.

Irão a júri popular:

Ronald Alves Pereira, o Major Ronald
Maurício Silva da Costa, conhecido Maurição, Careca, Coroa ou Velho
Fabiano Cordeiro Ferreira, o Mágico
Manoel de Brito Batista, o Cabelo
Fábio Campelo Lima
Marcus Vinicius Reis dos Santos, o Fininho
Júlio Cesar Veloso Serra
Daniel Alves de Souza
Gerardo Alves Mascarenhas, o Pirata
Benedito Aurélio Ferreira Carvalho, o Aurélio
Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba
Laerte Silva de Lima
Um dos acusados de integrar a organização era Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como Capitão Adriano, mas foi morto durante contro com policiais militares em um sítio em Esplanada, na Bahia, no início de fevereiro.
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Ligações de luz e água irregulares e informações privilegiadas

A denúncia do MP, em janeiro de 2019, também apontou que os criminosos faziam ligações clandestinas de água e energia em seus empreendimentos imobiliários irregulares. Em conversa com um interessado em alugar um apartamento no condomínio Bosque das Pedras, no Anil, Cabelo fala que os serviços não são pagos.

"Eu tenho um aí (apartamento), dois quartos, sala, cozinha e banheiro, Mil e Trezentos Reais. Não paga luz, não paga condomínio, não paga água, não paga nada", diz Manoel para a mulher interessada no imóvel.

O grupo também recebia informações sobre operações tanto de órgãos municipais quando da polícia, inclusive com pagamento de propina para exercerem suas atividades sem serem incomodados. "Eu que levo o negócio pro homem, eu sei quando vem pô", diz Manoel sobre a presença da PM. Em outra conversa com um homem chamado Bruno, uma fiscalização é motivo de preocupação para Manoel.