Monique recebe apoio de familiares e se emociona durante audiênciaMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - A audiência de instrução e julgamento do processo em que Monique Medeiros da Costa e Silva e o  ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, são réus por tortura e homicídio do filho dela, Henry Borel Medeiros, continua nesta quarta-feira (15).
Onze testemunhas estão relacionadas para serem ouvidas no plenário do II Tribunal do Júri, no Tribunal de Justiça do Rio. Caso haja faltas, outras pessoas podem ser arroladas para depor. Entre os depoimentos previstos para hoje estão os de Rosângela Medeiros, mãe de Monique, Bryan Medeiros, irmão da professora, e Antenor Lopes, diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital, que supervisionou as investigações.
Antenor Lopes foi o primeiro a depor. O inquérito do caso Henry Borel foi presidido pelo então titular da 16ª DP (Barra), Henrique Damasceno. A defesa repetidamente perguntou à testeminha porque o caso não foi remetido para a Delegacia de Homicídios, permanecendo na distrital.

"Em momento nenhum esse inquérito foi para a DH. Henrique me consultou sobre o caso, inicialmente, reportando que era um caso sensível. Ele questionou se seria o caso de remeter à especializada. Mas, o fato foi registrado como violência doméstica, não tinha motivo para o processo ir para a DH. Então, (falei ao Henrique) que a atribuição era sua", afirmou Antenor.

A insistência da defesa chegou a provocar a intervenção da juíza Elizabeth Machado Louro, que ponderou que o delegado já havia respondido à pergunta.
Além deles, também estão na relação de testemunhas de defesa de Monique Ana Paula Medeiros Pacheco, Glauciene Ribeiro Dantas, Reinaldo César Pereira Schelb, Renata Alves Medeiros de Souza Fernandes, Rosângela Medeiros da Costa e Silva, Adriano Marcelo Firmo França, Antenor Lopes, Rafaela Pimentel Amaral, Bryan Medeiros da Costa e Silva, Bruno Bass e Natasha de Oliveira Machado. 
Acompanhe a audiência ao vivo!
Familiares do pai de Henry, Leniel Borel acompanham a audiência desta quarta com camisetas e cartazes com pedidos de Justiça. Os réus não se cumprimentaram ao entrarem na sessão. Monique Medeiros se emocionou durante a entrada das testemunhas de defesa, que incluem seus parentes, na audiência.
Na terça-feira foram ouvidas dez testemunhas do caso: uma de acusação, a cabeleireira Tereza Cristina dos Santos, sete testemunhas de defesa de Jairinho e duas de defesa de Monique, entre elas Coronel Jairo, pai de Jairinho.
A data para o interrogatório de Jairinho e Monique será marcada no fim da audiência desta quarta, após o depoimento das testemunhas. Em seguida, serão apresentadas as alegações finais da acusação e da defesa. A fase seguinte será o julgamento pelo júri popular. Caso a juíza entenda que não houve intenção de matar, o caso será redistribuído.
Presos desde 8 de abril, um mês após a morte do menino, Monique e Jairinho foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por homicídio qualificado (por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e impingiu intenso sofrimento, além de ter sido praticado contra menor de 14 anos), tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica.
Relembre o caso
Henry Borel tinha 4 anos e morreu na madrugada do dia 8 de março deste ano, após dar entrada na emergência do Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. As investigações e os laudos da Polícia Civil apontaram que a criança morreu em decorrência de agressões e torturas.
O padrasto, Dr. Jairinho, e a mãe do menino, Monique Medeiros, foram indiciados pelo crime. O casal responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunhas. Para a polícia, a mãe de Henry Borel era conivente com as agressões do namorado contra o filho.