'Seríssimo, incorruptível e insugestionável', diz diretor da Polícia Civil sobre delegado Henrique Damasceno
Diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital, Antenor Lopes, foi a primeira testemunha a prestar depoimento, nesta quarta-feira, na audiência do caso Henry Borel
Julgamento do caso Henry Borel - Cleber Mendes/Agência O Dia
Julgamento do caso Henry BorelCleber Mendes/Agência O Dia
Rio - Primeira testemunha ouvida na audiência de instrução e julgamento do caso Henry, nesta quarta-feira (15), o diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital, Antenor Lopes, defendeu a tecnicidade do trabalho da Polícia Civil e do delegado Henrique Damasceno que presidiu o inquérito. Antenor foi arrolado como testemunha de defesa de Monique Medeiros, mãe da vítima. O depoimento durou aproximadamente 1h30.
Antenor Lopes reforçou, questionado pelo promotor Fabio Vieira, que não houve combinação interna na Polícia Civil para que o caso ficasse com uma ou outra delegacia. O diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital classificou Damasceno como "seríssimo, incorruptível e insugestionável". Antenor ressaltou que o delegado Henrique Damasceno é avesso à imprensa e por esse motivo não ambicionaria assumir a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), cargo que ocupa atualmente.
A defesa de Monique Medeiros insistiu nos questionamentos ao diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital, Antenor Lopes, que supervisionou as investigações do caso. A defesa repetidamente perguntou porque o caso não foi remetido para a Delegacia de Homicídios, tendo permanecido na distrital.
"Em momento nenhum esse inquérito foi para a DH. Henrique me consultou sobre o caso, inicialmente, reportando que era um caso sensível. Ele questionou se seria o caso de remeter à especializada. Mas, o fato foi registrado como violência doméstica, não tinha motivo para o processo ir para a DH. Então, (falei ao Henrique) que a atribuição era sua", afirmou Antenor.
A insistência da defesa chegou a provocar a intervenção da magistrada Machado Louro, que ponderou que o delegado já havia respondido à pergunta.
Onze testemunhas estão relacionadas para serem ouvidas no plenário do II Tribunal do Júri, no Tribunal de Justiça do Rio nesta quarta-feira. Caso haja faltas, outras pessoas podem ser arroladas para depor. Entre os depoimentos previstos para hoje estão os de Rosângela Medeiros, mãe de Monique, e Bryan Medeiros, irmão da professora. A babá de Henry, Glauciene Ribeiro Dantas, é a segunda a depor nesta quarta-feira.
Relembre o caso
Henry Borel tinha 4 anos e morreu na madrugada do dia 8 de março deste ano, após dar entrada na emergência do Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. As investigações e os laudos da Polícia Civil apontaram que a criança morreu em decorrência de agressões e torturas.
O padrasto, Dr. Jairinho, e a mãe do menino, Monique Medeiros, foram indiciados pelo crime. O casal responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunhas. Para a polícia, a mãe de Henry Borel era conivente com as agressões do namorado contra o filho.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.