Monique recebe apoio de familiares e se emociona durante audiênciaMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - A diarista Leila Rosângela reconheceu, ao ser interrogada na noite de terça-feira (14) em audiência de instrução e julgamento do caso Henry, que arrumou o apartamento do condomínio Majestic no dia da morte do menino de quatro anos, em 8 de março. A faxineira do casal foi a última a depor ontem, como testemunha de defesa de Monique Medeiros.

Em seu depoimento, ela contou que varreu, tirou o lixo e arrumou o apartamento antes da chegada de Monique e Jairinho do hospital Barra D'or. O casal estava acompanhado de Cristiane Isidoro, assessora do ex-vereador, e do marido desta. Diante do depoimento da faxineira, o promotor contestou a versão dada por Cristiane Isidoro, horas antes, na terça-feira, que disse que não havia sido feita faxina e que a casa estava empoeirada. Confrontada pelo representante do Ministério Público, a diarista respondeu que limpou metade da casa naquele dia.

A ex-assessora de Dr. Jairinho e amiga da família há pelo menos 30 anos, Cristiane Isidoro acompanhou o casal no dia da morte de Henry. Durante seu interrogatório, ela criticou a perícia que foi feita no dia do óbito no apartamento do casal. "É mentira que teve faxina. Estava cheio de cabelo de Monique no banheiro do apartamento", afirmou. A amiga da família de Jairinho disse que nada havia sido removido do apartamento, com a excessão de portas-retrato com fotografias do menino. Cristiane falou antes de Leila Rosângela na audiência.
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A amiga da família de Jairinho contou que levou Monique Medeiros do hospital para casa no dia do incidente, em 8 de março deste ano, e ouviu quando a mãe do menino ligou para Rosângela, a diarista, e a dispensou do trabalho. Apesar disso, ao chegar no andar do apartamento, Cristiane e Monique se depararam com a diarista.

Segundo a versão de Cristiane, Monique desfaleceu ao chegar no apartamento e informar que o filho havia morrido. Enquanto a testemunha relatava a chegada do casal no apartamento, Monique, sentada no banco dos réus, caiu no choro.

Após a morte de Henry, segundo a versão da testemunha, Monique afirmou, a caminho da gravação do programa "Fantástico", da TV Globo, que Jairinho desfaria uma vasectomia e manifestou o desejo de casar com o parlamentar no papel e ter um filho com ele. Outra testemunha que estaria no carro na ocasião, o motorista Rogério Baronio repetiu a versão durante seu depoimento.

Na terça-feira foram ouvidas dez testemunhas do caso: uma de acusação, a cabeleireira Tereza Cristina dos Santos, sete testemunhas de defesa de Jairinho e duas de defesa de Monique. A audiência de instrução e julgamento foi retomada na manhã desta quarta-feira. Onze testemunhas de defesa de Monique estão arroladas para serem ouvidas. Familiares do pai de Henry, Leniel Borel acompanham o julgamento com camisetas e cartazes com pedidos de Justiça.
Relembre o caso

Henry Borel tinha 4 anos e morreu na madrugada do dia 8 de março deste ano, após dar entrada na emergência do Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. As investigações e os laudos da Polícia Civil apontaram que a criança morreu em decorrência de agressões e torturas.

O padrasto, Dr. Jairinho, e a mãe do menino, Monique Medeiros, foram indiciados pelo crime. O casal responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunhas. Para a polícia, a mãe de Henry Borel era conivente com as agressões do namorado contra o filho.