No dia do velório da criança, ele contou que Monique demorou a chegar. Segundo ele, a irmã contou que havia pensado em cometer suicídio no caminho para a cerimônia: "Ela disse que tinha demorado a chegar porque pensou em jogar o carro da ponte. Por isso ela chegou atrasada ao velório, porque pegou o carro e pensou em tirar a própria vida. Monique nunca mais foi feliz depois da morte do Heny", disse Bryan.
Mais à frente no depoimento, o irmão de Monique comentou que, antes do velório, Monique também havia comprado blusas customizadas para a família com dizeres em homenagem a Henry.
"No dia do velório, a Monique não chegava e a gente não sabia onde ela estava. Foi quando ela chegou com as camisas que tinha mandado fazer antes. Existe a nota fiscal dessas compras", disse Bryan que, questionado pela defesa de Monique, negou que ela havia ido a um salão de beleza antes do velório: "A Monique estava destruída. E estava arrancando os cabelos. Parecia que era algum tique nervoso".
Sobre a noite da morte da criança, Bryan contou que, no hospital onde a criança foi socorrida, perguntou para Monique o que havia acontecido. Segundo o irmão de Monique, ela contou que Jairinho a havia acordado e avisado que Henry estava caído no chão do quarto.
"Ela contou que o Jairinho tinha acordado e ouvido um barulho no quarto do Henry e que, quando foi ver, a criança estava caída no chão. Ela disse que foi acordada por Jairinho em seguida para que levassem o Henry para o hospital".
Ainda sobre os momentos em que se seguiram à morte de Henry, Bryan contou que Monique parecia estar em estado de choque.
"Em todos os dias seguintes ela tinha o olhar vazio. A gente perguntava se ela queria água, por exemplo, e parecia que ela não estava ali".
"Era como um corpo sem alma?", perguntou o advogado Thiago Minagé, que defende Monique. "Sim. Era um corpo sem alma", disse Bryan.
Relembre o caso
Henry Borel tinha 4 anos e morreu na madrugada do dia 8 de março deste ano, após dar entrada na emergência do Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. As investigações e os laudos da Polícia Civil apontaram que a criança morreu em decorrência de agressões e torturas.
O padrasto, Dr. Jairinho, e a mãe do menino, Monique Medeiros, foram indiciados pelo crime. O casal responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunhas. Para a polícia, a mãe de Henry Borel era conivente com as agressões do namorado contra o filho.
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