Material apreendido na Operação BergonReginaldo Pimenta

De acordo com a Polícia Civil, um dos alvos presos na Operação Bergon, realizada na manhã desta quinta-feira (16), contra suspeitos de integrar células neonazistas em sete estados do Brasil tinha armamento e planos para cometer um ataque em festas de final de ano em São Paulo. 
“Apreendemos armas de fogo, bombas caseiras. O alvo disse que usaria as bombas caseiras em uma festa de final de ano”, disse o delegado Adriano Franca, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), durante coletiva na Cidade da Polícia.
A operação prendeu quatro pessoas e cumpriu 31 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A investigação sobre a existência de células neonazistas no Rio começou após o atentado à uma creche em Santa Catarina e as apreensões de celulares de suspeitos de conexão com o crime, em maio.
Dias depois, o filho de um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio, com transtornos mentais, foi preso por agentes da Dcav. Ele postava mensagens de ódio contra negros e judeus, além de concordar com atos de homicídio. Em sua residência, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, foram apreendidos quatro videogames, um notebook e um celular. Através da extração dos dados, foi possível identificar pelo menos três grupos neonazistas em sete estados brasileiros.
Mensagens de ódio em celular e arma apreendida
Dentre os materiais apreendidos pela polícia na Operação Bergon, estão: taco com arame farpado, facões, armas, arco e flecha, facas, machadinhas e uniformes militares. Na casa de um dos suspeitos, a polícia encontrou livros que falam sobre a vida de Adolf Hitler, líder do nazismo. Em outra residência, a suástica, um dos símbolos mais conhecidos do nazismo, estava desenhada em portas e paredes.
A polícia encontrou ainda mensagens de ódio e ameaças de morte em celulares apreendidos. “São mensagens de intolerância racial e religiosa, falam de morte a judeus, morte a negros, morte a nordestinos”, disse o delegado Rodrigo Coelho durante a coletiva de imprensa na Cidade da Polícia.