Mulher morreu em estacionamento de shopping após procedimento estético. Na foto, fachada do local onde funciona clínica.Reginaldo Pimenta/Agência O DIA

Rio - O médico colombiano Brad Alberto Castrillón Sanmiguel, que realizou a hidrolipo na autônoma Maria Jandimar Rodrigues, vai prestar depoimento nesta segunda-feira, na 27ª DP (Vicente de Carvalho). De acordo com o advogado de Brad Alberto, Hugo Novais, ele aguarda o laudo de necropsia para fazer um novo pronunciamento.
Maria Jandimar, 39, juntou o valor de R$ 5 mil para pagar pelo processo estético que levou a sua morte na noite da última sexta-feira, na Zona Norte do Rio. Segundo a filha da vítima, Brenda Rodrigues, 21, a mãe juntou a quantia para realizar duas sessões de hidrolipo com o médico colombiano no Carioca Office, prédio anexo ao Carioca Shopping.
Brenda e o viúvo, Wagner Vinícius, também vão prestar depoimento às 15h desta segunda-feira, na 27ª DP (Vicente de Carvalho). O prédio onde Maria Jandimar foi submetida ao procedimento passa por perícia nesta manhã. O resultado vai direcionar a linha de investigação da Polícia Civil. Dependendo da resposta, o inquérito pode ser investigado como homicídio. A clínica está interditada desde o último sábado (18).
Além deles, alguns pacientes do médico também podem prestar depoimento hoje na delegacia que investiga o caso. Ainda não há informações de quantos pacientes foram intimados.
Viúvo diz que médico tentou fugir
O marido da vítima, Wagner Vinícius de Moraes Carvalho, acusa o médico de ter tentado fugir sem prestar socorro a sua esposa. Segundo ele, Brad fingiu dar assistência ao ser impedido de deixar o local, que fica fica no Carioca Offices, prédio anexo ao Carioca Shopping, na Vila da Penha, na Zona Norte. "Ele tentou fugir sim, chamou um táxi para ir embora. Quando um policial que estava no estacionamento não deixou ele ir, ele falou que chamou (o táxi) para socorrer ela. Mas não foi isso, ele tentou fugir para sair do flagrante", contou o marido, que afirmou ainda que o médico se recusou a dizer o que havia acontecido.
"Ele falou para o 'polícia' que segurou ele que estava pedindo um táxi para poder salvar ela. Eu falei: 'mas como você vai pedir táxi, se você tem uma clínica aqui, você tem que ter uma emergência na tua clínica, para esses ocorridos'. E ele não me respondia nada, eu perguntava a ele o que ele fez e ele não respondia nada, só ficava quieto. Acabou que quando ele foi tentar prestar o socorro, já era tarde demais. Ele deixou minha esposa caída tendo convulsão lá no estacionamento do shopping", disse Wagner.
Wagner relata que Maria já havia passado por uma hidrolipo nas costas no último dia 10, no mesmo estabelecimento e realizada pelo médico colombiano. Em um vídeo gravado na ocasião, ela aparece em uma maca, gritando, enquanto pessoas que estão no local pedem para que ela se acalme e perguntam o que aconteceu. O marido afirma que após o procedimento, ela sentiu muitas dores e não conseguia dormir.
Ainda segundo Wagner, ele chegou a alertar a esposa e dizer que ela não tinha condições para fazer outra hidrolipo, mas a mulher procurou o local outra vez, e de acordo com ele, comunicou sobre as reações que teve antes de começar o procedimento na barriga. "Não tinha necessidade dela estar fazendo esse procedimento, mas por vaidade, ela foi lá para fazer esse procedimento e acabou morrendo", lamentou o marido.