Ataque deixou seis feridos em bar de Inhaúma, na Zona NorteWHATSAPP O DIA

Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) pediu a soltura dos cincos policiais militares presos por uma suposta dupla execução de suspeitos na última sexta-feira (17), no Morro do Andaraí, com o argumento de que os indícios dos autos de prisão em flagrante eram 'frágeis'. Os registros feitos na 19ª DP (Tijuca) não continham as fotos divulgadas por moradores nas redes sociais - nelas, os suspeitos aparecem rendidos, e depois caídos ao chão.
O grupo de PMs foi preso na noite de sexta, mas a juíza Ariadne Villela Lopes, de plantão na Central de Custódia, em Benfica, acatou o pedido e determinou a soltura dos presos no sábado. Nesta segunda, o MP encaminhará um relatório à Promotoria de Justiça com denúncias de moradores. Já a Polícia Militar abriu um Inquérito Policial Militar (IMP) e afirmou que os agentes ficarão afastados das ruas.
O caso aconteceu no início da tarde de sexta-feira (17), na rua Borda do Mato. Dois homens morreram e armas e drogas foram apreendidas, mas moradores afirmam que eles já estavam rendidos pela polícia quando foram mortos. Imagens que circulam nas redes sociais mostram duas cenas diferentes: na primeira, os dois homens estão algemados e imobilizados por policiais. Na segunda, já caídos no chão.
Em nota, o MP afirmou que "tais fotografias não foram localizadas no Auto de Prisão em Flagrante (APF), motivo pelo qual o Ministério Público, entendendo frágeis os indícios trazidos aos autos, ao menos em sede de cognição sumária, se manifestou pela liberdade provisória dos custodiados". O MP afirmou que considera ainda que os policiais "se encontravam no cumprimento de seus deveres".
A juíza liberou os policiais Bernardo Costa de Azevedo, Marlon Henrique Souza Antunes, Anderson Ricardo da Silva Giubini, Thiago Lira da Rocha e Jonathan Silva. Armas e celulares dos suspeitos, que tinham sido apreendidos pela Delegacia de Homicídios (DHC), foram devolvidos no fim da audiência de custódia. Eles foram soltos logo depois.
Questionada pelo DIA, a DHC afirma que "atuou na ocorrência de forma técnica, tendo apresentado decisão fundamentada a respeito do caso, com elementos comprobatórios descritos e fotos anexadas aos autos no sistema conforme procedimento padrão".
MP encaminha relatório à Promotoria de Justiça
Nesta segunda-feira (20), o Ministério Público deve encaminhar um relatório para a Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar com a apuração das denúncias recebidas, sobre a execução de pessoas durante ação da PM no Morro do Andaraí, na Zona Norte.

Segundo o MP, o plantão permanente do Grupo Temático GTT-ADPF 635 foi acionado, a partir de 12h42, com denúncias sobre ocorrência policial com mortes no Morro do Andaraí. Posteriormente, prossegue o MP, chegaram novas informações, com fotos e áudios, dando conta de que pessoas teriam sido executadas.