Policial civil que matou universitária se entrega à polícia, mas Justiça concede liberdade provisória
Inspetora Carla Patrícia Novaes da Silva Melo responde pela morte de Isadora Calheiros, no fim de novembro, em Queimados. Exame de corpo de delito de Carla mostra que ela também sofreu agressões da vítima
Rio - A desembargadora do plantão Judiciário Daniela Brandão Ferreira concedeu, na terça-feira (21), liberdade provisória à inspetora da Polícia Civil Carla Patrícia Novaes da Silva Melo, autora do disparo que matou a universitária Isadora Calheiros Gomes, no fim de novembro, em Queimados. A briga aconteceu pela descoberta de um relacionamento extraconjugal. Carla chegou a se apresentar à polícia na terça, após ter a prisão preventiva decretada, mas conseguiu liberdade. Carla deverá comparecer a cada 15 dias à Justiça, e utilizará tornozeleira eletrônica.
Na decisão, a desembargadora argumenta que Carla possui "bons antecedentes", e que a inspetora "vem respondendo de forma colaborativa no curso do inquérito". "Por isso que, ao menos por ora, tenho por essencial a adoção da hipótese mais benéfica possível, a indicar que a medida cautelar de prisão preventiva se mostre desproporcional", detalhou a desembargadora.
O DIA teve acesso ao laudo de exame de corpo de delito realizado por Carla, no dia 30 de novembro. O documento aponta que a inspetora da polícia também foi agredida por Isadora. Carla afirmou ter sido vítima de "agressão a empurrões, puxões de cabelo, tapas e socos na porta de sua residência". O laudo aponta "equimoses", espécie de hematomas, no braço esquerdo, no cotovelo direito e nas coxas, por ação contundente.
Descoberta de relacionamento extraconjungal motivo série de discussões
A morte de Isadora aconteceu na manhã do dia 26 de novembro, em frente a casa da inspetora de polícia, em Queimados, na Baixada Fluminense. Investigações apontaram que o crime foi cometido após uma série de discussões entre Isadora e Carla, motivadas pela descoberta de um relacionamento extraconjugal entre a vítima e o marido da policial.
Momentos após o crime, Carla entregou sua pistola calibre 40, através de seu advogado, para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), responsável pelo caso. Três dias depois, a agente compareceu na especializada e, em depoimento, confessou ter atirado contra a cabeça de Isadora.
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