Rio - A Prefeitura do Rio reabriu, nesta sexta-feira (24), a Nave do Conhecimento Silas de Oliveira e inaugurou a placa que dá ao Parque Madureira o nome de Mestre Monarco. O prefeito Eduardo Paes e o secretário de Ciência e Tecnologia, Willian Coelho, estiveram presentes no evento.
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"Monarco deixa um uma história, um legado para essa cidade, para a cultura carioca. Ele foi uma figura popular, da música e do samba. A repercussão da morte dele foi enorme.[...] Ele deixou um legado que vai ser lembrado para sempre, e vai ser eternizado nesse espaço", afirmou o Paes, que lamentou a morte do sambista.
No local, estavam presentes familiares, amigos e fãs do ícone do samba, acompanhando a inauguração da placa.
George Lima, de 39 anos, contou que passava pelo local quando viu a homenagem feita a Monarco e não pôde deixar de participar da inauguração. "Falar do Monarco para mim é fácil por que eu Portela. Foi um grande cara, as agremiações como um todo reconhecem ele como Mestre Monarco do nosso samba. É uma homenagem merecida", afirmou.
Presidente de honra da Portela, Hildemar Diniz, o Mestre Monarco, morreu no último dia 11 de dezembro, aos 88 anos. A morte da estrela do samba foi causada por complicações de uma doença no intestino. Ele estava internado desde o dia 21 de outubro no Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá. O baluarte foi um grande poeta de uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio de Janeiro. Entrou para a ala de compositores com apenas com 17 anos, em 1950, dando início a uma caminhada longa no mundo do samba.
Mestre Monarco nasceu em Cavalcante, na Zona Norte e ainda criança foi morar em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Mais tarde voltou a capital, para Oswaldo Cruz, bairro que é um dos berços da Portela. Ele liderava a velha-guarda da escola desde 1995 após a morte do compositor Manaceia. Em 1960 entrou para a Unidos do Jacarezinho, mas voltou para a azul e branco em 1969. Em 1970 gravou o álbum "Portela, passado de glória", obra que contou com a produção de Paulinho da Viola.
O baluarte compôs obras que marcaram a cultura carioca como “Nunca vi você tão triste”; “Passado de glória”; “Portela desde criança” e o grande sucesso “Vai vadiar”, todas conhecidas por dar o ritmo de rodas de samba em todo o país. Seu último disco foi lançado em 2018 e participou de documentários como Candeia e Mistérios do Samba, que conta a história da velha-guarda da Portela.
Ainda jovem chegou a ser perseguido pela polícia por ser parte do movimento dos sambistas. Sua família seguiu seu legado e os filhos e a neta são músicos.
"É uma honra participar dessa homenagem a um dos expoentes da cultura carioca. Nada mais justo do que imortalizá-lo, também, na placa que identifica este espaço. O Parque Madureira é uma importante área de lazer não apenas da Zona Norte, mas de toda a cidade, e temos muito orgulho de zelar por ele", diz a secretária de Conservação, Anna Laura Valente Secco.
Recentemente, a Conservação, que é responsável pela manutenção do Parque Madureira Mestre Monarco, devolveu aos frequentadores a Cascatinha e a Brincadeira d’água, que foram totalmente restauradas e voltaram a fazer a alegria de crianças e adultos, especialmente nos dias de calor.
Desde janeiro, as equipes da Conservação têm executado vários serviços no local, como reparo dos pisos, remoção de pichações com pintura das paredes, troca de luminárias danificadas, replantio de mudas, limpeza dos ramais de drenagem, conserto de válvulas de irrigação e poda de cerca viva, entre outros. Todos os brinquedos já passaram por vistoria e estão recebendo os devidos reparos.
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