Teste RT-PCR é baseado na detecção do RNA viral em amostras de swab da nasofaringe, e pode ser feito desde o primeiro dia dos sintomasDivulgaÇÃO / Berg Silva
Risco de desabastecimento de testes de covid-19 faz rede particular já trabalhar com priorização
Procura por exames de diagnóstico para o novo coronavírus aumentou nas últimas duas semanas. Alta acompanha avanço da variante Ômicron e de surto de influenza
Rio - O risco de desabastecimento de testes de covid-19 na rede privada de laboratórios no Rio começa a impactar nos agendamentos do exame. Grandes redes como Sérgio Franco e Bronstein já trabalham com a priorização de insumos para pacientes internados, profissionais de saúde e de serviços essenciais.
De acordo com a rede Bronstein, houve um pico na procura pelo exame RT-PCR nas últimas semanas, acompanhando o aumento no número de casos de covid-19 e de influenza. Dados do painel da Prefeitura do Rio mostram que a taxa de positividade está em 50% esta semana, a mais alta desde 2020.
"Em decorrência deste cenário, Bronstein precisou reorganizar o seu estoque frente à demanda global pelos insumos necessários ao processamento desses testes, para priorizar o atendimento dos pacientes internados e dos profissionais da área de saúde e de serviços essenciais.
Outros pontos de realização de exame, como as drogarias, também tiveram mudanças por conta da alta procura. Uma dessas redes, a DrogaRaia, informa em seu site que o agendamento dos testes nas unidades estão suspensos temporariamente. "Nos próximos dias, com o abastecimento normalizado, retomaremos o agendamento on-line", diz o comunicado no site.
A priorização dos exames foi uma das orientações divulgadas em nota técnica nesta quarta-feira pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).
"A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), através de seu Comitê de Análises Clínicas, orienta por meio desta nota acerca da utilização criteriosa de testes para evitar risco de redução de oferta de exames para detecção da covid-19", diz a nota.
Segundo a instituição, a situação atual inspira cuidados e é parecida com a vivida por outros países atingidos pela nova onda de casos de covid-19 provocados pela Ômicron.
"Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil, não sendo possível mensurar nesse momento até quando poderemos atender, pois os estoques são variados dependendo do laboratório e da região, mas há um risco real de desabastecimento", ponderou a associação.
Rede pública
Na rede pública da capital, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) revelou que só nas duas primeiras semanas do ano foram realizados cerca de 119 mil testes. O maior número de testagem desde o início da pandemia. A expectativa é que esse número aumente ainda mais nesta semana.
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