Audiência caso Henry Borel, nesta terça (14), na foto Monique Medeiros, Reu.Marcos Porto/Agencia O Dia

Rio - O promotor Fábio Vieira se manifestou contrário ao pedido de conversão de prisão preventiva em domiciliar feito pela defesa de Monique Medeiros, no último dia 14, que alegou falta de segurança dentro da cadeia. Em seu posicionamento, enviado na segunda-feira à juíza Elizabeth Machado Louro, do II Tribunal do Júri, Vieira afirma que a solicitação dos advogados não preenche os requisitos necessário para alteração de regime e que outras medidas já haviam sido providenciadas junto à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e que outras ainda podem ser tomadas.
Monique foi presa em abril do ano passado, após ser acusada de envolvimento na morte do próprio filho, o menino Henry Borel, de apenas 4 anos, em março.
De acordo com o promotor, o Ministério Público (MPRJ) já havia proibido o acesso de pessoas que não sejam os advogados e familiares cadastrados para conversar com Monique. Ele ainda sugeriu que as novas medidas sejam o isolamento da mesma, disponibilização de local separado para que ela receba visitas e demais que a Defesa e o Juízo entenderem pertinentes.
Advogados alegam que Monique estaria sendo ameaçada
A petição feita pelos advogados Hugo Novais e Thiago Minagé foi enviada à justiça após eles afirmarem que um advogado estaria tentando usar uma outra detenta do Presídio Santo Expedito, no Complexo Penitenciário de Bangu, para passar recados à Monique.
Novais garante que presenciou seu colega no parlatório ao lado e com uma petição em mãos, conversando em alto e bom tom sobre o teor do assunto, no dia 13 de janeiro. Ele afirmou que imediatamente abordou o advogado de nome Fábio e pugnou pelo comparecimento da direção da Penitenciária para relatar e registrar o ocorrido. Na ocasião, segundo ele, o homem confirmou que, tanto ele, como a sua cliente são amigos da advogada Flávia Fróes, contratada pela família de Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho - ex-namorado de Monique e preso também pela morte de Henry.
"Exa. a situação de Monique está desesperadora. Não há segurança! Agora estão se valendo de detentos para ameaçar Monique – palavras dela (Monique). Confesso que em mais de 15 anos na advocacia criminal, esta defesa, jamais se deparou com uma situação como esta (...) Não sabemos mais o que ou como fazer. O que mais será feito contra Monique? Cabe à polícia e ao Ministério Público agir", declarou o advogado na petição.
Advogada de Jairinho nega ameaças e registra queixa-crime contra defesa de Monique
Procurada por O DIA, Flávia Fróes negou que tenha tentado enviar recados ou ameaças à Monique através de um colega e outra detenta. Ela afirma que a afirmação da defesa da suspeita é uma calúnia e informou que registrou uma queixa-crime contra os advogados, no último dia 18.
"Já há uma ação penal sobre essa calúnia. Monique ainda não foi ouvida sobre o fato, mas pedimos a oitiva dela e dos policiais penais, do advogado que atendeu comigo e que consta do livro e das internas alocadas na mesma unidade. Está tramitando na 23ª Vara Criminal. A Monique ainda não figura como ré porque não foi ouvida e não assina as calúnias formuladas por seus advogados. Caso confirme, irá figurar também", declarou Flávia.