Rosimery de Freitas Dario morreu um dia após fazer hidrolipoReprodução TV Globo

Rio - Familiares da empresária Rosimery de Freitas Dario, de 50 anos, contaram que o médico responsável por fazer a hidrolipo na mulher, foi embora da Clínica Cemear, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, logo após constatar que ela havia morrido. O viúvo Alcimar Dario, 50, disse que ele e seu irmão encontraram Ronald Renti Rocha acompanhado de um advogado na 59ª DP (Duque de Caxias), quando chegava para registrar o caso na delegacia. 


A Polícia Civil está investigando se a empresária morreu em decorrência da hidrolipo e se a clínica tinha as devidas licenças para realizar o procedimento. Rosemary fez a intervenção estética na segunda-feira e faleceu no dia seguinte. O marido dela esteve na manhã desta quarta-feira no Instituto Médico Legal (IML) de Caxias para liberação do corpo. Ainda não há informações sobre velório.

"Logo depois que ele apertou a minha mão e disse que sentia muito, ele fechou a clínica, mandou as pessoas irem embora. Eu e meu irmão fomos para a delegacia. Quando entrei na delegacia, o médico e o advogado dele já estavam lá. Ele se antecipou, deu a versão dele na delegacia primeiro, e a partir dali, que ele me viu lá, ele não falou mais comigo e nem apareceu mais na clínica", declarou Dario.

De acordo com Dario, o médico saiu da clínica sem ligar para os Bombeiros ou para uma ambulância. "Minha esposa faleceu 13h e ambulância chegou era 17h45, e não foi ele que chamou, quem chamou foi meu sobrinho", reclamou.

Os familiares da mulher ainda contaram que encontrara um medicamento vencido na lixeira da sala onde ela realizou o procedimento.

Empresária conheceu médico através da filha

Rosimery conheceu o trabalho de Rocha depois que a filha fez um procedimento estético com ele na mesma clínica. Ela esteve no local na tarde de segunda-feira para fazer hidrolipo na região da barriga e coxas, mas já saiu desacordada. O marido dela conta que o médico admitiu que exagerou um pouco na anestesia, mas que logo ela iria melhorar.

"Todo mundo que fez o procedimento antes dela, entrava, saía na cadeira de rodas, mas bem. Minha esposa saiu apagada da clínica. Ele disse que estava tudo bem, que ela só estava dormindo e que isso era normal, que exagerou um pouquinho na anestesia, mas a pressão dela estava normal. Falou para levar ela para casa, que ela ia continuar dormindo até umas 9h30, e depois era só seguir os medicamentos pós-operatório", disse o empresário.

A mulher acordou na terça-feira no horário previsto pelo médico, mas logo depois começou a passar muito mal e chegou a desmaiar em casa. Daria falou que ele e a filha do casal ligaram para o médico informando o estado da paciente dele e ele pediu que Rosimery fosse levada para a clínica. Inicialmente, a empresária só iria retornar ao local no dia seguinte para fazer uma drenagem.

"Quando minha filha foi dar banho na minha esposa, ela desmaiou na cama, começou a soar frio. Acionamos o médico e ele mandou levar para lá. Ela já chegou lá desacordada, não morta. Ele tentou fazer procedimentos de massagem cardíaca, respiração boca-boca, injeção no peito e no braço. Depois disso ele apertou minha mão, disse 'sinto muito'. Ele ficou sem saber o que fazer, disse que não era para aquilo acontecer", narrou.

O procedimento custou R$ 7,8 mil e a paciente ainda teria que pagar mais R$ 500 para a drenagem, segundo os parentes.

"A gente pagou R$ 7.800 pelo procedimento, fora que na terça eu ia levar mais R$ 500 para ela fazer a drenagem. Nós juntamos o dinheiro para isso. Parcelamos uma parte e no dia que ela foi fazer, paguei R$ 3.500 a vista. Gastei minha economia, minha esposa era muito vaidosa", contou.

Rosemary era casada há 31 anos e deixa um casal de filhos e dois netos.