A organização criminosa responsável pelas construções já havia sido denunciada em 2019 pelos crimes de parcelamento ilegal do solo urbanoDivulgação/MPRJ

Rio - A Prefeitura do Rio dá continuidade a uma megaoperação contra construções irregulares nesta quinta-feira (27), dessa vez, na Transolímpica, via expressa na Zona Oeste da capital. A área invadida corresponde a uma zona de amortecimento, a 350 metros do Parque Estadual da Pedra Branca. Ao todo, foram dez construções foram demolidas.
A ação conta com a participação de agentes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC), da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconserva), do Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar (CPAm), do Ministério Público (MPRJ), da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e da Subprefeitura de Jacarepaguá. Após a apuração dos órgãos, foi constatado que as construções no local tratavam-se de loteamentos ilegais feitos por uma organização criminosa que atua na região, contando com residências prontas e sete ainda em construção, todas irregulares e erguidas sobre o túnel da Transolímpica. 
Dois tratores foram utilizados na ação. Já que existiam fundações e casas construídas, com até dois pavimentos e estrutura para outros andares. As residências estavam sendo erguidas na zona de amortecimento do Parque Estadual da Pedra Branca.

Foram demolidas sete fundações e três casas. Três pessoas foram conduzidas à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente para prestar esclarecimentos.
De acordo com o MP, a facção criminosa já havia sido denunciada em 2019 pelos crimes de parcelamento ilegal do solo urbano, delitos contra o meio ambiente, furto de energia elétrica, extorsão a moradores mediante a cobrança de taxas, falsificação de documento particular, falsidade ideológica e uso de documentos falsos.

"É justamente através da venda de casas e terrenos que a malta vem promovendo o parcelamento ilegal do solo urbano com a constituição do loteamento clandestino, sem qualquer autorização dos órgãos públicos competentes, com destruição da camada vegetal e do solo", dizia a denúncia feita na época, que motivou a operação 'Condomínio Fechado'. A ação, em março de 2020, prendeu integrantes da quadrilha responsável pelas construções no local, onde hoje estão sendo realizadas as demolições.
Segundo a Polícia, grupos de criminosos controlam a grilagem das terras na região, demarcam lotes, com piquetes e arames, e aguardam o momento adequado para iniciarem a invasão e construção.

A subprefeita de Jacarepaguá Talita Galhardo acompanhou a demolição e informou que a fiscalização vai continuar. " Assim que recebemos denúncias, encaminhamos às autoridades de investigação para apurar os responsáveis e abrimos processo administrativo. As notificações foram feitas este mês e foi montada essa força-tarefa com mais de 60 agentes e máquinas para a demolição das estruturas ainda em construção", completou.
Operação teve episódio anterior
Nesta última terça-feira, outra operação para demolir construções irregulares aconteceu no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. A ação contou com a presença das Secretarias de Ordens Pública e Conservação, além da Guarda Municipal, Polícia Militar e Cedae. Foram ao todo 43 agentes que participaram da demolição.
O imóvel, que seria uma pousada, construído sem as especificações técnicas, tinha dois pavimentos com oito quitinetes, sendo quatro por andar, além de área de subsolo e estacionamento. A obra também apresentava escoras para construção de mais andares. Além disso, dois muros foram erguidos nos fundos do terreno para bloquear um córrego, podendo ocasionar sérios riscos de inundação.
Investigações da Polícia Civil apontam que a milícia do Recreio dos Bandeirantes é liderada por Luiz Antônio da Silva Braga, o 'Zinho', apontado como um dos criminosos mais procurados do Estado do Rio. Atualmente, um miliciano identificado como 'Sombra' seria o responsável por controlar as atividades ilegais do grupo paramilitar na região, a mando de Zinho.