Douglas Silva é um dos participantes do 'BBB 22'Reprodução do instagram

Rio - A plataforma WordPress recebeu um ofício da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e retirou do ar, nesta sexta-feira (28), o blog que publicou ofensas racistas contra o ator e participante do Big Brother Brasil 22, Douglas Silva. Na última quarta-feira (26), o grupo hacker Anonymous invadiu a página em que foram publicadas as ameaças e ataques.
De acordo com advogado que representa o ator e sua família, Ricardo Brajterman, a Polícia Civil também expediu um ofício para que o suspeito de ser responsável pelo blog, identificado como Aristides Mathias Flach Braga, de 27 anos, preste depoimento. "A Polícia, em uma frente, expediu ofício para a polícia do Sul, para ouvir o suspeito, e outro ofício ao Wordpress, para tirar o blog do ar, o que já foi feito", informou Brajterman.
O suposto autor das ofensas e ameaças racistas contra Douglas Silva seria um militante neonazista, atuante no Rio Grande do Sul. No mesmo blog, também foram publicadas postagens preconceituosas e ofensivas sobre outros participantes. "Eu não entendi qual é o problema, já que só utilizaram o substantivo correto ao chamar ele de amigo, pois ele é HOMEM [sic]. Linn, não importa se você é usa peruca, maquiagem ou dá o c*, você nasceu com um pênis, vai continuar sendo um homem pro resto da sua vida", diz o texto sobre Linn da Quebrada.
Relembre o caso
A esposa de Douglas, Carol Silva, tomou ciência de um post em que o marido era chamado de "macaco" em um blog que usou uma foto da Ku Klux Klan, um grupo racista, anticomunista e antissemita. Na postagem, o blog afirma: "Douglas Silva, um macaco no BBB". O texto não está assinado e foi postado em um blog hospedado no WordPress no dia 21 de janeiro.
"Desde quando são permitidos macacos como integrantes de reality shows? Douglas Silva não passa de um primata, nada mais e nada menos", diz a postagem. "Provavelmente o colocaram nesse programa por pena, até nisso é capaz de terem cotas. Este negro imundo deveria ser crucificado vivo, e, logo em seguida, ter seu corpo carbonizado. Não vejo sentido em colocarem um macaco imitador de circo na televisão. O lugar desse preto fedido é trabalhando no sol quente numa lavoura e levando chicotada do nosso amigo Capataz Sancto", continua o texto.
O advogado do artista, Ricardo Brajterman, compareceu à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) na tarde da última quarta-feira (26), ao lado do Dr. Daniel Vargas, representante da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), para registrar o boletim de ocorrência. A especializada investiga o caso.