PM faz operação na Cidade Alta, em CordovilREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA

Rio - A operação da Polícia Militar nas comunidades Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau tinha o objetivo de prender criminosos em flagrante e localizar o autor do disparo que baleou o adolescente Caio Douglas Nascimento, de 17 anos, que tomou um tiro na cabeça após a mãe dele, que dirigia um carro, entrar enganada na Cidade Alta na tarde de terça-feira (1). O jovem, que iria se apresentar nesta quarta ao alistamento militar obrigatório, está em estado grave. A mãe não se feriu.
Durante a operação da PM, um homem foi preso com uma pistola, uma granada e um rádio comunicador. Além disso, um terreno usado para desmanche de carros foi encontrado na Rua Lyrio Maurício da Fonseca. Os casos foram registrados na 38ª DP (Brás de Pina).
A entrada das equipes no 16º BPM (Olaria) resultou em um intenso tiroteio ainda antes das 6h. Traficantes roubaram dois ônibus e os atravessaram nas ruas de acesso à Cidade Alta - os veículos foram retirados depois. A Clínica da Família Heitor dos Prazeres e o Centro Municipal de Saúde José Breves ficaram fechados durante a manhã. As direções das unidades disseram que o objetivo era garantir a integridade de usuários e funcionários.
Por conta do tiroteio, 12 estações de trem do ramal Saracuruna ficaram fechadas, deixando milhares de pessoas a pé. Durante duas horas, os trens só circularam entre a Central do Brasil e a Penha. Os passageiros, que já aguardavam os trens nas plataformas, precisaram sair e lotaram ônibus e outras estações.
Nas redes sociais, moradores lamentaram mais uma manhã de sufoco. "Como que vai trabalhar se não tem trem, tiroteio em Cordovil e toda condução que eu pegar vai passar pelo tiroteio?", questionou uma moradora. "Cordovil virou guerra da Síria", disse outro.
"Essa operação foi motivada por conta de um ato de violência contra um cidadão de bem ontem. Uma senhora junto com o seu filho entraram em um acesso de forma errada e o jovem foi baleado. É uma situação revoltante e a gente não pode tratar como natural", afirmou o tenente-coronal Ivan Blaz, porta-voz da PM, em entrevista ao 'Bom Dia Rio'.