Moïse KabamgabeDivulgação

 Rio - O advogado Lennon Lopes Ribeiro Corrêa, que defende o policial militar Alauir Mattos de Faria, apontado por ser o dono do quiosque Biruta, vizinho ao quiosque Tropicália, onde o congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, foi espancado até a morte no último dia 24, alegou que seu cliente não é proprietário do local.
"Ele ia lá apenas para ajudar sua irmã Monique, que é gerente. Ele não pedia remuneração. Em 2019 o Alauir ia com mais frequência, mas por conta da pandemia, se afastou um pouco".
Ao ser perguntado se ele sabe, de fato, quem é o dono do estabelecimento, Lennon disse apenas que o proprietário do local se chama Celso. "Ele é amigo do Alauir. Os dois se conheceram por ali mesmo", afirma. Além disso, a defesa do PM diz que não tem conhecimento se Celso já foi chamado pela polícia para depor.
Sobre o depoimento prestado por Alauir nesta quinta-feira (3), o advogado disse que a parte mais demorada foi a hora do reconhecimento das pessoas que bateram em Moïse.
"Ele identificou algumas pessoas. Os três que estão presos, ele reconheceu. Outras pessoas que aparecem nas imagens, mas que não agrediram a vítima, ele não soube identificar".
Trabalho de Moïse Kabagambe na praia
Ainda de acordo com Lennon, Moïse anos atrás trabalhou no quiosque Biruta quando era de outro dono (sem ser o Celso). "Quando o antigo proprietário repassou o quiosque, o Moïse saiu e foi trabalhar com ele em outro local", afirma.
"O que eu sei que aconteceu recentemente, depois que o Tropicália mandou o Moïse embora, é que ele voltou e fez um ou dois serviços de freelancer no Biruta, já com o novo dono (Celso). Isso tudo devidamente remunerado. Parece que na época o Tropicália ficou devendo um dinheiro para o Moïse , mas o Biruta não tem absolutamente nada a ver com isso".
Ao finalizar, Lennon diz que Aluir, por não frequentar tanto o quiosque Biruta, não tinha muito contato com Moïse. "As pessoas relataram que no dia da morte, o Moïse estava alterado. Meu cliente, por ter se afastado de lá, não sabe dizer como era o comportamento dele [congolês] recentemente. O que ele disse foi que até dois anos atrás o Moïse era um rapaz muito tranquilo e que nunca tinha arranjado confusão com ninguém".