Audiência caso Henry Borel, nesta quarta feira (09), Depoimento de Monique Medeiros.Marcos Porto/Agencia O Dia
A ré pediu que a advogada de Jairinho, Flávia Froes, se retirasse durante seu depoimento por não se sentir à vontade de depor na frente dela, o que foi contestado pela mesma, mas atendido pela juíza Elizabeth Machado Louro.
Monique afirmou que em janeiro de 2021 Jairinho passou a se demonstrar uma pessoa "de altos e baixos". Ela citou que o companheiro sentia ciúmes de Leniel Borel que, segundo ela, era o único homem com quem conversava. Na audiência desta quarta-feira, Monique relatou que uma noite dormia na casa dos pais com o filho em Bangu e Jairinho invadiu a casa pulando o muro e verificou seu celular.
"Ele tinha a senha do celular. Abriu para ver a conversa com Leniel. Ele ficou com ciúmes porque eu o chamava de 'Lê' e ele me chamava de 'Nique'. Acordei sendo enforcada ao lado do meu filho. Fui acordada assim, sem saber o motivo. Jairinho disse que eu estava 'dando mole' para o meu ex-marido", contou. Monique acrescentou que Jairinho pediu desculpas no dia seguinte e enviou buquês de flores e caixas de chocolate a cada 20 minutos para pedir desculpas até que ela pediu para que ele parasse.
A mãe de Henry também citou que uma tatuagem com o nome de Leniel na costela incomodava Jairinho. "Me chamava de piranha. O problema era sempre o Leniel", relatou. Em outro episódio, Monique contou que Jairinho se irritou depois que os dois assistiram juntos cinco episódios na série 'Narcos'. E que após brigarem, ele atirou um controle remoto contra ela abrindo sua boca.
Jairinho, segundo Monique, pediu que ela bloqueasse e não respondesse a homens em redes sociais. A professora também contou que Jairinho infiltrou um homem a lhe vigiar em uma academia e que a pediu para demitir um personal trainer e um preparador físico por ciúmes.
Durante o depoimento, Monique ressaltou que quando era diretora de uma escola em Senador Camará, monitorava casos de maus-tratos e torturas de alunos e chegou a participar de um indiciamento no Conselho Tutelar de Bangu. "Eu identificava crianças que apresentavam lesões. Elas apresentam algumas características. Iam todas agasalhadas. Temos roteiro (nessa identificação), até para não fazermos pré-julgamento. Já tive criança com queimadura de cigarro no saco escrotal", afirmou.
Após namorar com o então vereador Jairinho, Monique passou a trabalhar no Tribunal de Contas do Município (TCM) do Rio em 2020. Em 2021, ela foi requisitada para trabalhar com o conselheiro Luiz Antonio Guaraná. Questionada pela juíza, a mãe de Henry confirmou que a requisição foi feita com intermediação de Jairinho. Monique acrescentou que Jairinho não gostava de sua profissão e sentia ciúmes porque seu celular não tinha sinal na escola em que Monique era diretora em Senador Camará.
"Jairinho dizia que professor ganha mal, que é diminuído pela sociedade. As brigas que ele tinha no plenário eram com professores. Não gostava da minha profissão. Ele gostaria que eu fosse trabalhar em um local mais apropriado porque agora eu estava com ele. Fui requisitada", disse.
Monique afirmou que recebia salário de cerca de R$ 6.180,00 na escola e passou a receber R$9.800,00 no TCM. "Uma diferença de R$ 3 mil diferente do que foi dito no inquérito. Estou com quebra de sigilo bancário e vossa excelência pode verificar", afirmou à juíza.
Ex-namorada de Jairinho omitiu agressões
Em seu relato, Monique contou que após começar a namorar Jairinho, foi procurada por Debora, uma ex-namorada do então vereador. A mulher disse, segundo Monique, que ainda namorava Jairinho e compartilhou fotos e prints que demonstravam o relacionamento amoroso. Segundo a professora, ela fez uma videochamada para esclarecer a situação com os três.
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