Vacinação infantil nas escolas começou na Escola Municipal Rodrigo Mello Franco de Andrade, no Andaraí. Na foto, o pai, Francisco da Silva, com o filho Thalisson Rafael da Silva, de 9 anosReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - A busca ativa da Prefeitura do Rio por crianças não vacinadas caiu como uma luva para pais e mães que ainda não vacinaram os filhos. A busca pelos atrasados começou nesta quinta-feira (10), e a expectativa é imunizar 200 mil crianças de 5 a 11 anos, nos próximos 45 dias.

Antônia da Cunha, mãe da pequena Fabiane de Cunha de 7 anos, aproveitou a presença dos agentes comunitários na Escola Municipal Rodrigo Mello Franco Andrade, no Andaraí. Ela chegou a tentar vacinar a filha no dia certo, mas a campanha estava interrompida.

"Ia vaciná-la no posto de saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, mas estava sem a vacina. Aproveitamos que ela estuda aqui, que moramos aqui, para vacinar. Estava ansiosa", afirmou Antônia.

Francisco da Silva, de 43 anos, reforçou os laços de amor com o filho Thalisson Rafael da Silva, de 9 anos. O menino perdeu a mãe há cinco meses, e as dificuldades impediam a vacinação.

"Nosso objetivo é afastar essa maldita doença. A dor é grande para a gente. Faz cinco meses que a mãe dele faleceu. Não foi de covid, mas foi doloroso. Desde então, eu e a tia dele nos revezamos para cuidar. A vacina é boa pela proteção. Crianças morreram por isso. A gente teve a oportunidade aqui na escola e vamos agarrar", disse o pai de Thalisson.

Júlio César Campos, 39, pai de Rayane Pereira, de 6 anos, também comemorou a vacinação na escola da filha e falou da importância da imunização infantil.

"Tem muita coisa que precisa melhorar na vida das crianças. Educação e saúde são algumas delas. E agora a gente tem a oportunidade de vacinar, então aceitamos. A população debocha muito da doença, debocha muito da vacina. É importante vacinar nossas crianças. Eles são o futuro da nação", ressaltou Júlio César.
'Tô com vergonha de ser prefeito', diz Paes, sobre cariocas que não vacinaram os filhos
Durante o evento de inauguração da campanha de busca ativa na Escola Municipal Rodrigo Mello Franco Andrade, no Andaraí, o prefeito Eduardo Paes disse estar "com vergonha de ser prefeito do Rio" pela primeira vez, por conta dos cariocas que ainda não levaram os filhos à vacinação. Segundo ele, a cidade sempre foi exemplo de adesão às campanhas. Atualmente, a vacinação infantil tem taxa de adesão de apenas 50%. A expectativa da Secretaria Municipal de Saúde do Rio é chegar a 80%.
"A gente tem que ter essa consciência de que as pessoas precisam vacinar seus filhos. E eu estou com vergonha, pela primeira vez, de ser prefeito dos cariocas, porque voltamos atrás nesse negócio", afirmou o prefeito.
"A vida inteira, a primeira coisa que a gente fazia ao botar filho no mundo era ir ao pediatra depois de um tempo e vacinar seu filho. A gente se matriculava numa escola e perguntavam: 'Cadê a carteira de vacinação do seu filho?'. Com esse negócio da Covid-19, tem um monte de imbecil que nunca teve palanque para falar basteira, que agora fica inventando história sobre a vacina", completou.