João Pedro tinha 14 anosReprodução

Rio - A juíza Juliana Grillo El-Jaick, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, aceitou a denúncia contra os policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister pela morte do adolescente João Pedro, de 14 anos. Os investigados atuaram no dia da operação que matou o adolescente com um tiro de fuzil, em maio de 2020, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

"Nesse sentido, cabe destacar a extrema gravidade dos delitos imputados: o homicídio duplamente qualificado consumado de um adolescente de 14 anos de idade’", destacou a juíza na decisão, que também comentou sobre alteração do local do crime para esconder "vestígios" do ocorrido.

A magistrada determinou que os policiais percam suas funções públicas durante o processo, além da proibição de contato com testemunhas e familiares ou de acesso a qualquer unidade da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Caso as medidas cautelares sejam descumpridas, será decretada a prisão preventiva. "É de grande importância frisar que o decreto das mesmas não se trata, no caso em tela, de prejulgamento, mas de providência que se faz necessária para que se assegure a adequada instrução criminal eis que a sua não-aplicação poderia colocar em risco a própria aplicação da lei penal", ressaltou.
Relembre o caso
João Pedro brincava no quintal de casa, na Praia da Luz, em Itaoca, São Gonçalo, quando equipes que realizavam uma operação no Complexo do Salgueiro entraram no local. Segundo relatos, os policiais chegaram atirando e João Pedro foi atingido na barriga. Os agentes levaram o menino no helicóptero da corporação para o heliponto da Lagoa, quase 40 quilômetros de distância de onde ele foi baleado. Lá, ele já chegou sem vida.