Protesto contra a morte de Moïse KabagambeReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - A família do congolês Moïse Kabagambe, que morreu no dia 24 de janeiro após ser brutalmente espancado, desistiu da concessão para assumir os quiosques Biruta e Tropicália, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, mesmo local do crime. Ao portal G1, da TV Globo, o procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Rodrigo Mondego, disse que os parentes estão com medo.
Ainda segundo Mondego, a ideia da família é se reunir com a prefeitura e Orla Rio na próxima segunda-feira (15). Objetivo é discutir o local de onde será a homenagem feita para Moïse. Na pauta há também expectativa de que eles entrem em um acordo para assumir outros quiosques em locais diferentes.
"Eles querem marcar com a prefeitura para conversar. Eles aceitam outro quiosque, podem aceitar outra alternativa. Mas não aceitam ficar ali porque não vão se sentir seguros nunca. Já disseram que não vão sair de lá [os donos dos quiosques]", disse Mondego à TV Globo.
MPRJ pede diligências complementares
O Ministério Público do Rio (MPRJ) informou que pediu, nesta quinta-feira (10), diligências complementares às da Polícia Civil sobre o assassinato do congolês Moïse Kabagambe. O pedido aconteceu após encontro com familiares do congolês e a divulgação de novas imagens das câmeras de segurança do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. No entanto, o parque fluminense informou que não quer dar detalhes para não prejudicar a investigação.
"Nós temos um prazo, porque existem pessoas presas, indiciadas pelo crime. Então, o Ministério Público acompanha. Fora daquilo que estava escrito na portaria do delegado, nós pedimos outras diligências complementares e nós estamos em contato direto com o delegado para poder concluir isso o mais rápido possível", disse o promotor Alexandre Murilo Graça, após reunião com familiares de Moïse e com o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, e o promotor que está à frente do caso.
Novas imagens revelam que na noite do dia 24 de janeiro, quando Moïse Kabagambe foi morto, outras pessoas estiveram presentes na cena do crime. Ao longo de cerca de três horas, um homem puxa as pernas do congolês e outro leva embora o taco usado no crime. Um homem chega a tirar uma foto da vítima imobilizada. A venda de bebidas no estabelecimento continuou normalmente, mesmo com o corpo estendido no chão.