Mas os tempos agora são outros: o grande tesouro é ter um bom pacote de Internet. Assim, receber ligação virou prova de afeto, cuidado e atenção, especialmente nas datas festivas Arte: Kiko
A linha, aliás, já foi caríssima e sinal de status. Hoje, parece que o telefone fixo virou raridade nas casas. Tenho conversado com amigos que abandonaram a relíquia, ficando apenas com o celular. Um dos poucos que ainda mantêm o hábito é o Macarrão. "Liga para o meu fixo", ele costuma dizer, num sinal de amizade extrema.
A ficha dessa nova realidade caiu para mim quando vi vários telefones de discar numa loja de móveis na Fábrica Bhering, no Santo Cristo. Muito simpático, Seu Jorge, o dono do local, logo me mostrou o aparelho mais antigo dali, uma herança de família. A relíquia, com mais de 100 anos, ainda traz a inscrição do número da linha.
Tudo isso ficou guardado na memória, no coração e virou símbolo de uma época. Mas os tempos agora são outros: o grande tesouro é ter um bom pacote de Internet. Assim, receber ligação virou prova de afeto, cuidado e atenção, especialmente nas datas festivas. Na correria desenfreada, os áudios no aplicativo de bate-papo ganham vez, mas não substituem o bom e velho diálogo. As mensagens de textos também não conseguem cumprir esse papel. Por mais divertidos que sejam, os emojis e as figurinhas têm a difícil missão de expressar os mais diversos sentimentos para as mais diferentes pessoas.
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