'Não fica de conversa fiada com o Rio', diz Paes a ministro da Infraestrutura sobre impasse no Galeão
Operadora asiática devolveu concessão do Aeroporto Internacional do Rio, cujo leilão vai acontecer em conjunto com o do Aeroporto Santos Dumont, em 2023
Entrada do Aeroporto Internacional do Galeão - Reprodução / Google Street View
Entrada do Aeroporto Internacional do GaleãoReprodução / Google Street View
Rio - Sempre ativo na discussão sobre os processos de concessão dos aeroportos do Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD) alfinetou neste domingo (13) o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas. Em entrevista à última edição da revista 'Veja', Freitas associou a falta de interesse de turistas no Rio à perda de força do aeroporto do Galeão. Após o grupo Changi devolver a concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, ele e o Aeroporto Santos Dumont passarão por concessão conjunta.
Na entrevista à revista 'Veja', o ministro de Jair Bolsonaro afirmou que não é o Santos Dumont que "está roubando" passageiros do Galeão com a ampliação da rede, mas "é o Rio que está perdendo passageiros", e enumerou problemas estruturais da cidade como a segurança pública, problemas políticos, a derrocada do setor de óleo e gás e o acesso terrestres aos aeroportos. Via Twitter, Paes afirmou que as afirmações de Freitas não são "condizentes com a verdade" e são "pouco elegantes com o Rio". O prefeito lembrou também que Freitas é pré-candidato ao governo do estado de São Paulo.
"Se o ministro Tarcísio já sabia de tudo isso (os detalhes do primeiro leilão do Galeão) porque já não colocou SDU e Galeão juntos desde o início? Realmente tudo muito estranho. Desejo todo sucesso na tentativa de se eleger governador de São Paulo. Só não fica de conversa fiada com o Rio", disparou Paes.
Sem querer colocar mais lenha nessa fogueira mas já colocando. Tenho visto as declarações do Ministro Tarcisio à respeito do Galeão. A mais recente foi dada na @VEJA. São sempre equivocadas, não condizentes com a verdade e pouco elegantes com o Rio. Segue o fio 1/4
A Changi, operadora da aeroportos de Cingapura, decidiu devolver à União a concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão. A RIOGaleão, concessionária do Aeroporto Internacional, citou o desempenho econômico do Brasil desde 2013 e os efeitos da pandemia de covid-19 sobre a aviação civil, ao comentar a decisão de devolver à União a concessão do terminal. A empresa comunicou oficialmente a decisão à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na quinta-feira (10).
Em paralelo, a concessão e ampliação do Aeroporto Santos Dumont era alvo de críticas pelo receio de ofuscar o funcionamento do Galeão, que tem perdido passageiros mesmo com o status de ser o aeroporto internacional. O SDU, que estava inicialmente na sétima rodada de concessão de aeroportos, ao lado de outros do bloco RJ/MG - aeroportos de Uberlândia (MG), Montes Claros (MG) e o Aeroporto de Jacarepaguá -, será isolado. A concessão do Santos Dumont e do Aeroporto do Galeão será feita de maneira conjunta.
"Quando se falava em limitar a quantidade de voos do Santos Dumont por conta do Galeão, a gente sempre alertou: pode ser que lá na frente a gente tenha que enfrentar uma relicitação. E esse pedido acabou vindo até antes do que a gente imaginava, mesmo com os instrumentos que foram criados recentemente - a possibilidade de antecipação da outorga, ou mesmo o reequilíbrio de passageiros com a diminuição da covid. O concessionário julgou que essas ações não seriam suficientes. Hoje (quinta-feira) ele entrou com o pedido de devolução. Isso tem uma consequência importante. Não faz sentido caminhar com a estruturação do Santos Dumont de forma isolada. Vamos avaliar a concessão do Santos Dumont e do Galeão em conjunto", disse o ministro Tarcísio de Freitas em entrevista na última quinta-feira (10).
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