MPRJ obteve condenação de cinco milicianos que mataram um homem por não pagamento da 'taxa de segurança'Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou, nesta terça-feira (22), que recebeu 95 laudos elaborados pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) do Estado de São Paulo sobre as investigações da operação da Polícia Civil no Jacarezinho, em maio do ano passado. O SPTC é um órgão autônomo e independente, que atua em cooperação à apuração do MPRJ.
De acordo com o MP, os laudos foram feitos a partir da perícia nas vestes dos mortos. O material foi encaminhado à SPTC em cumprimento a uma determinação legal: a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) obriga a realização de perícia independente em outra estrutura administrativa.
Os novos laudos devem colaborar nas investigações para esclarecer o ocorrido durante a operação, que foi considerada a mais letal do Rio, deixando 28 pessoas mortas.
No início deste mês, o Ministério Público do Rio (MPRJ) pediu o arquivamento de quatro investigações sobre cinco mortes ocorridas na operação do Jacarezinho em maio do ano passado.
Os mortos nos procedimentos que foram arquivados pelo Ministério Público eram investigados como suspeitos de integrar o tráfico de drogas no Jacarezinho: Bruno Brasil, Mateus Gomes dos Santos, Marcio da Silva Bezerra, Rodrigo Paula de Barros, Carlos Ivan Avelino.
Operação Exceptis
Em maio do ano passado, a comunidade do Jacarezinho foi cenário de uma operação da Polícia Civil que deixou 28 mortos em confronto, sendo 27 suspeitos do tráfico local, além do agente André Farias, morto ao desembarcar de um blindado.
Ação teve a presença de 250 policiais atuando na comunidade, e contou com o apoio de quatro blindados e dois helicópteros. Ao fim da operação, além dos mortos, pistolas, fuzis, submetralhadoras e munições antiaéreas foram apreendidas.