Aurélio Alves Bezerra, militar da Marinha, vira réu por homicídio doloso por matar Durval Filho após confundí-lo com assaltante.Reprodução

Rio - A defesa do militar da Marinha Aurélio Alves Bezerra, preso por matar a tiros o vizinho Durval Teófilo no último dia 2 em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, fez um requerimento para que a prisão preventiva seja suspensa e o militar responda ao processo em liberdade. Aurélio está preso preventivamente e foi denunciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e pelo recurso que dificulte ou torne impossível a defesa.
No pedido, a defesa argumenta que o militar é primário e que o homicídio contra Durval foi um caso isolado em sua vida. O documento também cita que Aurélio é "um excelente militar há mais de 22 anos, além de ter uma família estruturada e residência fixa". O fato de Aurélio ter prestado socorro e se apresentado às autoridades também é lembrado no pedido.
A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHSNGI), responsável pelas investigações do caso, não viu a necessidade de fazer a reprodução simulada do crime. Todos os depoimentos foram colhidos e o inquérito foi enviado ao Ministério Público. A reconstituição ainda pode ser requerida em outro momento da ação penal pelo Ministério Público ou pela Justiça.
A promotoria denunciou o sargento da Marinha que matou com três tiros Durval Teófilo Filho no dia 02 de fevereiro de 2022. A Juíza da 4° Vara Criminal recebeu a denúncia no último dia 18. A defesa da família de Durval acompanha o caso.
Durval Teófilo foi morto pelo vizinho quando chegava no condomínio onde ambos moravam, no bairro do Colubandê, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. O atirador alegou ter confundido a vítima com um assaltante e disparou contra ele. O militar chegou a socorrer Durval, mas ele não resistiu aos ferimentos.

De acordo com o laudo da necropsia, o repositor morreu por ferimento penetrante de abdômen com lesão visceral, vascular e hemorragia interna, produzido por projétil de arma de fogo. Inicialmente, Aurélio foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas a Justiça corroborou um pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e o crime foi tipificado como homicídio doloso, quando há intenção.

Após a morte de Durval, a viúva Luziane Teófilo e a filha do casal, de apenas 6 anos, precisaram deixar o condomínio onde moravam há cerca de 15 anos, por conta de ameaças. As intimidações também foram registradas na Delegacia de Homicídios.