A diretora Sandra Ornelas afirmou que mulheres precisam procurar as delegacias especializadas em violência doméstica para interromper ciclo de violênciaReginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) do Rio de Janeiro, por meio do Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM), realizou, nesta terça-feira, Dia Internacional da Mulher, a Operação Resguardo, uma ação nacional de combate a crimes de violência contra a mulher. Cerca de 80 mandados foram cumpridos. Ao todo, 51 pessoas foram presas.
A diretora do Departamento-geral de Polícia de Atendimento à Mulher, Sandra Ornelas, avaliou que o número de 80 mandados neste Dia D não é tão grande em relação aos casos relatados, já que as prisões foram realizadas ao longo do ano. Em apenas um mês, entre 7 de fevereiro e 7 de março, período da operação, foram realizados 211 autos de prisão em flagrante. A delegada acrescenta que o número não representa a realidade pois ainda há subnotificação de casos.
"Temos feito atividades regulares. Quando a prisão sai, é um risco para a vítima e a gente prende logo. A finalidade de hoje é marcar o dia (Internacional da Mulher) e dar um recado. Primeiro para as vítimas: que não tenham medo de buscar ajuda. Outra mensagem é que violência contra a mulher é crime, e quem comete será preso", afirma.
O 'Dia D' da Operação Resguardo tinha a intenção de marcar a data e incentivar a população a denunciar a violência contra a mulher. Iniciada no dia 7 de março, quatro mil mulheres (4.066) foram atendidas em um mês no Estado do Rio.
A delegada informou que a Polícia Civil é porta de entrada para a vítima, mas são necessárias outras instituições para proteção da vítima. As Delegacias de Atendimento à Mulher encaminham para outros serviços. "A polícia é porta de entrada, mas não é a única. Fazemos o encaminhamento para toda rede de atendimento: de saúde, abrigo e outros serviços especializados. No dia de hoje queremos incentivar que não aceitem violências. O final de uma agressão pode ser o feminicídio", alerta.
A diretora do departamento de atendimento à mulher também disse que a Polícia Civil tem um número de telefone complementar ao 180, número de atendimento à violência contra a mulher nacional e internacionalmente.
O número 197, da Polícia Civil, tem no ramal 1, o serviço de combate à violência doméstica contra a mulher. "Não supre o 180, não é emergência. É um canal para tirar dúvidas, marcar agendamento na Deam, ou fazer o registro por telefone e ainda solicitar medida protetiva", informa Ornelas.
Coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e realizada em todos os estados do país e no Distrito Federal. No Rio, a operação de hoje foi deflagrada às 5h40 e coordenada pelo Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM) com apoio de agentes das delegacias do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC); Departamento-Geral de Polícia da Baixada Fluminense (DGPB) e Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI).
As ações integradas relacionadas à Operação Resguardo começaram no dia 7 de fevereiro deste ano. Desde então, e até, mais de 270 autores de crimes contra mulheres foram presos em flagrante e em cumprimentos de mandados de prisão. Foram realizadas 4.479 diligências, 2.677 medidas protetivas e 287 vítimas resgatadas.

Em 2021, as delegacias que integram o DGPAM prenderam 532 pessoas envolvidas em casos de violência contra mulheres.