Major Fabiana Ribeiro: confessou assassinato do marido motivado por violência domésticaReprodução

Rio - As manchas de sangue ao redor do corpo de Luiz Alberto Muniz do Cabo, 48 anos, foram fundamentais para que os peritos criminais determinarem que a sua morte não fora um suicídio. O ex-agente do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), que trabalhava como empresário foi morto com um tiro na têmpora direita, enquanto dormia, no dia 28 de fevereiro, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. O disparo foi feita pela própria mulher, a major PM Fabiana Pereira Ribeiro, 41, com quem estava casado havia 15 anos.
Da união foram gerados dois filhos, um de três e outro de 8 anos. A família morava na rua Gregório de Matos Morais, no Jardim Guanabara, onde ocorreu o crime. 
Inicialmente, a oficial acionou a polícia e disse que seu marido havia cometido suicídio, com uma pistola, e que ela estaria  ao seu lado. A ligação ocorreu por volta das 6 horas da manhã. A morte, na ocasião, foi registrada como fato atípico.
No entanto, a perícia apontou alguns indícios de que a morte poderia ser suspeita: a vítima estava deitada de lado, na cama e coberta com um edredom. Além disso, a falta de manchas de sangue nas mãos da vítima, que teoricamente teria feito um disparo à queima-roupa na cabeça, foi um outro forte vestígio que negava a versão de suicídio.
Ao DIA, Denise Rivera, assessora-técnica especial da Secretaria de Polícia Civil, explicou como a especialização de peritos ajudou na solução do caso"A nova gestão da perícia do Rio, preocupada em capacitar os peritos, fez um curso de hematologia forense, com foco em análise de manchas de sangue, para todos os peritos do Estado do Rio. E, com isso, foi possível pelos vestígios encontrados diferenciar que não era suicídio e, sim, um homicídio". 
Após o desenrolar da perícia, cinco dias após a morte, a major foi até a 37ªDP (Ilha do Governador) e assumiu o homicídio. Aos investigadores, ela disse que cometeu o crime pois sofria violência psicológica e sexual do marido há anos. A Polícia Militar afirmou que a oficial foi afastada de suas funções. Por não ter ocorrido flagrante, ela responde o crime em liberdade.
Ao confessar o homicídio, Fabiana afirmou que sofria uma rotina de violência do marido. Em nota, sua defesa disse que "está colhendo elementos para corroborar com a versão da investigada, já que se trata de atos de violência física e psicológica, em círculo familiar íntimo. Além disso, aguarda-se total acesso aos elementos colhidos na investigação para futuro posicionamento".