Ônibus 464Reprodução

Rio - Com o novo aumento no preço do óleo diesel, empresários do setor de ônibus fizeram um alerta sobre o risco de interrupções nos serviços. Em reunião com a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), nesta sexta-feira, a categoria discutiu o impacto do reajuste do combustível, que representa 32% do custo de operação das empresas. 
"Estamos monitorando de perto a situação, mas é um tema urgente, que necessita de ações conjutas e emergenciais. Apesar do esforço das empresas para o atendimento dos passageiros, é real o risco de interrupção dos serviços. Temos empresas em que a situação é crítica para a compra de combustíveis. Estamos identificando as empresas que correm o risco de ter alteração de horários e atendimento de linhas", analisou o presidente da Fetranspor, Armando Guerra Junior. 
Para tentar aplacar o efeito do reajuste, anunciado nesta quinta-feira pela Petrobras, o setor acredita que é preciso iniciativa do governo. A Fetranspor solicitou uma reunião de emergência para a próxima semana com o Governo do Estado. "Torna-se fundamental o diálogo com o poder público, tanto com o Estado, quanto com as prefeituras. As autoridades precisam assumir seu papel, atuando de uma maneira a construir a solução para esta crise que afeta toda a poulação e a economia", ponderou o presidente da Federação. 
Com a pandemia do novo coronavírus, o setor sofreu um grande impacto com a diminuição do número de passageiros pagantes. De acordo com dados da Fetranspor, entre os anos de 2019 e 2020, o número total de passageiros pagantes reduziu 36,89%. 
Em nota, o Rio Ônibus fez um alerta para a situação do setor de transporte no Rio. "Com a alta do insumo, que já acumula mais de 100% nos últimos meses, o combustível passa a ser o item de maior peso na planilha de custos das empresas, o que, somado à queda da demanda, às tarifas congeladas e à falta de soluções por parte do poder público, torna cada vez mais difícil prestar o serviço que a população merece. Diante disso, fica evidente a urgência de um diálogo entre as partes envolvidas para que se encontre uma solução imediata", pediu o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Públicos (NTU), o reajuste de 24,9% do óleo diesel nas distribuidoras terá um impacto médio de 7,5% no custo das empresas operadoras de transporte coletivo. Só em 2022, os reajustes acumulados do combustível já aumentaram os custos do transporte público por ônibus em 10,6%. Caso não haja uma ajuda de custos por parte do poder público, a expectativa da associação é de que o aumento seja repassado ao consumidor.
No anúncio, feito nesta quinta-feira, a Petrobras afirmou que o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, enquanto, para o diesel, de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. A estatal também informou alta no gás de cozinha, que modificará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, equivalente a R$ 58,21 por 13 quilos. Os novos valores passam a valer a partir desta sexta-feira, 11.
Nesta quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que o governo pode criar um programa de subsídio do combustível se a guerra na Ucrânia continuar. "Se isso se resolve em 30, 60 dias, a crise estaria endereçada. Mas vai que isso começa a ter uma escalada, aí sim você começa a pensar em subsídio para o diesel", afirmou o ministro, que continuou: "Vamos nos movendo de acordo com a situação. A pandemia parece que está indo embora. Saímos dessa guerra terrível fomos atingidos por essa outra que é grãos e petróleo."