Leonardo Gouvea da SilvaReprodução / TV Globo

Rio - Leonardo Gouvêa da Silva, o "Mad", apontado como um dos chefes da organização criminosa conhecida como Escritório do Crime, formada por policiais e ex-policiais matadores de aluguel, foi transferido para um presídio na cidade do Rio. O criminoso estava em uma unidade prisional federal em Porto Velho, no estado de Rondônia e, de acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), ele chegou neste sábado (12) à Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1), na Zona Oeste do Rio.
"Mad" foi preso durante a Operação Tânatos, da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e do Ministério Público do Rio (MPRJ), em 30 de junho de 2020. A ação teve como alvos integrantes do Escritório do Crime e também prendeu Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão, irmão de Leonardo. À época, de acordo com o MPRJ, Mad era o chefe do grupo paramilitar, sendo responsável pela negociação, o planejamento, a operacionalização e a coordenação das tarefas do bando. Seu irmão era um de seus homens de confiança e atuava como motorista da quadrilha, fazendo o levantamento, a vigilância e o monitoramento das vítimas.
As investigações da operação que prendeu a dupla apontaram que o grupo, que sempre agia fortemente armado e com bastante agressividade, cometia os crimes usando carros e trajes que impediam a identificação deles, como balaclava e roupas camufladas. Os atiradores desembarcavam do veículo e iam em direção ao alvo para matá-lo sem chances de defesa.
O Escritório do Crime age há mais de 10 anos, principalmente na Zona Oeste. Um dos seus líderes foi o ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Adriano da Nóbrega, morto no dia 9 de fevereiro de 2020, na Bahia, apontado como um dos fundadores da quadrilha. Os milicianos que faziam parte da quadrilha chegavam a cobrar R$ 100 mil por cada execução que praticavam. Eles eram contratados para executarem desafetos de outras organizações criminosas.
O grupo chegou a ser investigado pelas mortes da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, que completam quatro anos nesta segunda-feira (14). O policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz, acusados pelo duplo homicídio, tinham ligação com o bando. Os irmãos Mad e Tonhão, chegaram a ser ouvidos no inquérito que investiga as mortes. A Polícia Civil, no entanto, descartou a participação deles no caso.