Aluizio Moisés sonhava ser PMReproduções/TV Globo

Rio - Dois criminosos foram presos nesta segunda-feira (14), durante a operação Pantomina, acusados de se passarem por policiais civis para extorquir dois empresários de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Agentes da 76ª DP (Niterói) cumpriram dois mandados de prisão temporária contra Aluizio Moisés de Sá Monteiro, o MC Moisés, da dupla "Moisés e Pinho", famosa pelo "Rap da Vila Ipiranga", na década de 1990, e o policial militar Thiago César de Abreu Silva. 
O ex-MC foi preso em casa, em Jaconé, no município de Saquarema, na Região dos Lagos. Em uma foto, Aluizio aparece com uma farda da Polícia Militar. Segundo o delegado titular da 76ª DP, Luis Henrique Marques Pereira, ele afirmou que teria sido aprovado em um concurso da corporação, mas acabou sendo excluído durante o curso de formação. Entretanto, a Polícia Civil descobriu que a informação não é verdadeira, já que ele nunca foi policial e nem chegou a realizar a formação. A foto teria sido tirada pela vontade do criminoso em ser policial.
Já o policial militar foi preso com o apoio da 8ª Delegacia Judiciária da Polícia Militar, quando deixava o serviço na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na Zona Sul do Rio, onde é lotado. A distrital ainda tinha o objetivo de cumprir três mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Maricá e Saquarema.
Segundo o delegado, as investigações começaram depois que dois empresários denunciaram que Aluizio e Thiago se apresentaram como policiais civis, armados e com distintivos, em um escritório de empréstimos consignados, na Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói. Eles mostraram para o gerente do estabelecimento que estavam com mandados de prisão contra os donos da empresa.
O crime aconteceu na manhã do último dia 16 e, com a chegada de um dos proprietários ao local, os supostos policiais exigiram a quantia de R$ 40 mil para não seguir com as prisões, dando início a uma negociação. Aluizio, Thiago e a vítimas foram até uma lanchonete, onde ficou acordado o pagamento de R$ 20 mil. O valor seria entregue por meio de um Pix agendado para uma conta indicada pelo ex-MC, que se apresentou na ocasião como "Assis".  
Ao deixarem a lanchonete, os empresários decidiram não pagar a dupla e passaram a receber ligações com ameaças de Aluizio. As vítimas registraram o caso na 76ª DP, que deu início as investigações. Os agentes coletaram imagens de câmeras de segurança dos prédios e comércios das redondezas, conseguindo identificar todo o caminho percorrido pelos autores no dia do crime, até eles chegarem em um estacionamento, onde embarcaram em um veículo Honda FIT para irem embora do local.
Por meio da placa do carro, os policiais identificaram a proprietária, que é a mãe de Thiago César. O policial militar foi flagrado nas imagens e reconhecido pelas vítimas como um dos autores da extorsão. A Polícia Civil chegou a Aluizio Moisés por meio da chave Pix que ele passou para os empresários. A conta bancária vinculada estava no nome de sua companheira. Ele também aparece nos registros das câmeras de segurança e foi identificado pelas vítimas. 
De acordo com o delegado, ainda não se sabe se a dupla fez mais vítimas. Os investigados responderão pelos crimes de extorsão com penas que podem chegar a 15 anos de prisão.