Estudantes protestaram contra assédio na unidade de ensinoReprodução/Redes Sociais

Rio - Cinco pessoas foram ouvidas, nesta segunda-feira, pela Polícia Civil do inquérito que apura casos de assédio sexual de professores do Instituto de Educação Carmela Dutra, em Madureira, Zona Norte do Rio. Além do diretor-geral Antonio Futuro, os agentes da 29ª DP (Madureira) receberam três alunos e uma pedagoga da escola. O delegado Neilson Nogueira, responsável pelo caso, espera que outros alunos e responsáveis sejam ouvidos ao longo da semana.  
Na sexta-feira, Antonio Futuro foi afastado pela Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) após as denúncias de alunas. Elas acusam dois professores, afastados em fevereiro, de terem cometido os assédios. O diretor não é investigado como autor dos assédios, mas as estudantes afirmam que ele sabia dos casos há anos e não tomou providências."A suspensão preventiva até 30 (trinta) dias foi determinada pela Secretaria de Estado de Educação para que haja lisura no andamento da sindicância", disse em nota do governo estadual. O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio. Policiais estão ouvindo alunas, testemunhas e responsáveis.
Até então, sete vítimas de assédio sexual foram ouvidas pela advogada Janaína Maia, da subseção Madureira/Jacarepaguá da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Entre elas estão alunas e ex-alunas da unidade. De acordo com os relatos, havia um padrão nas abordagens dos professores em sala de aula.
Pequenos toques, abraços, mordida nos lábios, piscadinhas e muitos casos de atitudes no meio da aula já constrangeram as jovens nos últimos anos. Em um dos relatos, uma aluna conta que o professor estava sorteando 'notas de Natal', valendo pontos na nota final da disciplina, dentro de um gorro de papai noel. Ao chamar as alunas, o professor dizia: "Vem aqui passar a mão no saco do papai noel".
Relembre o caso
Uma aluna do Instituto Estadual de Educação Carmela Dutra, em Madureira, na Zona Norte do Rio, relatou em depoimento, no fim da manhã de terça-feira, na 29ª DP (Madureira), como foi um dos assédios sofridos por um professor da escola. Acompanhada de um responsável, a adolescente disse que, ao se aproximar para falar com o docente, ele ficou olhando acintosamente para os seus seios. A estudante ficou constrangida e chegou a cobrir os seios com a mochila, mas o homem continuou olhando.
Uma outra aluna, também acompanhada pelo responsável, prestou depoimento na sexta-feira (4) e relatou que o mesmo professor, citado no depoimento de terça-feira, colocou a mão no seu ombro, deslizou pelo braço e acariciou maliciosamente a palma da sua mão. As vítimas estão recebendo apoio jurídico de advogados da subseção Madureira/Jacarepaguá da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).