Portela homenageia os baobás no desfile deste anoFoto: Site Feras do Carnaval

Rio - Os ensaios técnicos das escolas de samba começaram no último fim de semana, dias 12 e 13 de março. No sábado, as agremiações da Série Ouro desfilaram e surgiram diversas reclamações quanto à proibição da entrada de comida. Já no domingo, foi a vez do Grupo Especial, promovido pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). A reclamação ficou por conta do horário em que a festa foi finalizada. Em entrevista ao DIA, Jorge Perlingeiro, presidente da Liesa, comentou o retorno dos ensaios, as reclamações do público e as expectativas para os próximos.
Já na sexta-feira (11), diversos usuários reclamaram nas redes sociais sobre a proibição de levar comidas e bebidas para o Sambódromo. Inclusive, o prefeito Eduardo Paes fez uma publicação confirmando que os espectadores poderiam levar lanches para consumo próprio. Mesmo assim, algumas pessoas reclamaram que foram barradas na porta do evento com alimento pessoal. Jorge Perlingeiro contou que, quando soube da situação, avisou com um carro-de-som que todos estavam liberados para entrar.
"Depois que eu dei a ordem, interromperam. O que aconteceu, no sábado, foi uma má interpretação. Eu não estava a par daquilo. Quando eu soube, que eu vi pela imprensa, algumas pessoas sendo barradas com sanduíche, com o lanchinho das crianças... uma coisa é barrar um isopor de um metro por um metro, que o cara está com quinhentas cervejas. Aí é para fazer comércio. Para trazer uma garrafinha disso, um sanduíche, uma fruta numa bolsa, numa pochete, numa bolsa tiracolo, não interfere em nada. Por isso eu peguei o microfone e disse 'a partir de agora, estão todos liberados para entrar com o que quiser'. Ensaio técnico é para pessoas de baixa renda. São pessoas que não podem comprar o ingresso, que não é caro, mas o poder aquisitivo deles é pequeno para comprar. Então, é o lado social. A alegria deles, para nós, é a tremenda sensação de alívio e dever cumprido", disse.
No domingo, o presidente da Liesa afirmou que não houve o mesmo problema. Entretanto, uma outra reclamação podia ser notada nas redes sociais. Isso porque o terceiro ensaio, da Portela, terminou cerca de 1h da manhã, dificultando a volta do público para casa, já que o metrô havia encerrado as atividades. Internautas reclamaram tanto do atraso das escolas quanto do horário dos transportes.
"Isso é uma coisa que eu pretendo apresentar às escolas nessa semana. Se tem um ato falho no desfile de ontem, foi com relação aos horários. A previsão era a Imperatriz às 20h30 e ela entrou às 21h. As outras duas subsequentes também não cumpriram o horário estipulado. Por isso, ultrapassamos a faixa de meia-noite, que era a nossa previsão para terminar. Terminou praticamente 1h da manhã. Obviamente que eu prefiro que as escolas cumpram os horários do que reclamar que as conduções não atendem depois de meia-noite. Não é responsabilidade nossa, é do poder público. Vou conversar com os três presidentes dessa semana para que os horários sejam cumpridos", comentou Perlingeiro.
Sobre a quantidade de espectadores para assistir ao espetáculo, o presidente ficou satisfeito com os 25 mil presentes. Para as próximas semanas, a expectativa é de que o número de pessoas seja ainda maior. Além disso, o objetivo é que o evento termine mais cedo. Perlingeiro disse que também vai pedir ao poder público para que o transporte tenha um horário prolongado nos dias de ensaio.
"No próximo domingo, no mínimo 35 mil pessoas vão estar lá. Não gosto de fazer cálculo exagerado. Você tem uma Mangueira, semana que vem, a escola mais popular do Rio de Janeiro, sem dúvidas. Não é falando quem é melhor ou pior. É popularidade. Na outra, já tem Salgueiro, depois Mocidade, na outra Beija-Flor... enfim, são escolas de peso. Nossa perspectiva, para o próximo ensaio, é ter um público maior. E, nessa semana, vou conversar com os presidentes para que eles cumpram os horários determinados. Também tentar, junto ao poder público, pedir para prolongar mais um pouquinho, mas não é uma coisa que a gente vá conseguir. A gente vai pedir", comentou.
Sobre o lixo coletado no Sambódromo, ainda não há os dados. Entretanto, o presidente da Liesa garantiu que o local já está totalmente limpo. "A quantidade de lixo retirado, que normalmente a gente faz, não nos passaram ainda essa estimativa. Sei que o Sambódromo já está limpo, pelo contrato que a gente tem. Não só a Comlurb faz toda a coleta, como nossas empresas, que trabalham pra gente, que são responsáveis pela limpeza do Sambódromo. Já está todo limpo na manhã de hoje", tranquilizou.