Fernanda Gonçalves Donato morava no mesmo prédio e era vizinha da vítimaDivulgação

Rio - A Polícia Civil procura por Fernanda Gonçalves de Carvalho Donato, principal suspeita de matar o vizinho aposentado, Carlos Jorge Rodrigues Jaber, de 65 anos, com uma injeção contendo substância tóxica no apartamento da vítima, no Cachambi, Zona Norte do Rio. O crime, apresentado inicialmente como um caso de morte sem assistência médica, foi cometido no dia 29 de dezembro do ano passado e esteve em investigação durante dois meses na 23ª DP (Meier).
O caso foi nomeado pelos investigadores como "a vizinha assassina do Méier" e surpreendeu com os requintes de crueldade identificados no ato. Para auxiliar na resolução do crime, foi realizada a exumação de cadáver do ex-funcionário do Tribunal de Justiça do Rio, onde foi identificado que a causa da morte aconteceu por meio da inoculação de substância tóxica na articulação entre o antebraço e braço esquerdos, levando-o a óbito por edema pulmonar e infarto agudo do miocárdio.
Através das câmeras de segurança, o delegado Deoclécio Assis acompanhou todos os passos de Fernanda, que usava uma blusa branca larga e máscara para não ser reconhecida, no dia 29 de dezembro, entre 00h e 03h30. No início da madrugada, após entrar no apartamento da vítima, a seu convite, de forma consciente e voluntária, a criminosa teria matado o analista judiciário e roubado bens de valor do imóvel, avaliados em mais de R$ 100 mil, incluindo um veículo de luxo estacionado na garagem.
Nas imagens, obtidas pelo DIA, é possível ver Fernanda entrando no veículo e, posteriormente, chegando no estacionamento de uma farmácia, às 4h01, para retirar as roupas do disfarce. Confira:
Ainda segundo o delegado, a vítima havia ficado viúvo há um ano e, desde então, a criminosa se aproveitava de sua vulnerabilidade. Com a ajuda das redes sociais, os investigadores conseguiram identificar que Fernanda havia vendido o veículo de luxo na Região dos Lagos. No decorrer da investigação, com a realização de diversas oitivas de testemunhas, foi identificado ainda que a autora estava coagindo testemunhas para tentar ocultar a sua participação no crime, utilizando-se de falsas insinuações de parentesco com contraventores e ameaças de morte.
Fernanda responde aos crimes de latrocínio e coação no curso do processo. A autora tem histórico criminal iniciado em 2006, com a prática de diversos crimes de estelionato, furto, apropriação indébita e outros, sempre conseguindo se esquivar da Justiça, ao ocultar seu real paradeiro.
A robustez da investigação, e a personalidade criminosa da acusada, fez com que o juízo da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital recebesse a denúncia na íntegra, bem como decretasse a prisão preventiva da mesma, que agora segue foragida.