O passo a passo da investigação da DHCArte O DIA
Polícia apura se homem que matou engenheiro a facadas na Tijuca já cometera o mesmo crime
Frieza e sadismo chocaram investigadores da Delegacia de Homicídios da Capital. Assassino confesso diz ter consumido vodca e não demonstrou arrependimento
Rio - A Polícia Civil do Rio realiza um levantamento sobre casos de esfaqueados para saber se o estudante de Educação Física Willian Ferraz do Carmo, 26 anos, cometeu outros crimes além do assassinato do engenheiro Gabriel Barbosa Leite, 34.
"Chamou nossa atenção o fato dele esfaquear a primeira pessoa que encontrou pela frente. Ele espera a vítima perder sangue e ficar sem forças, antes de desferir mais facadas. Parecia que ele estava apreciando a morte", disse um investigador à reportagem. Um outro investigador completou: "Ele parecia o Jason (personagem de filme de terror). Muito frio e determinado a matar".
A informação sobre o levantamento foi confirmada ao DIA pelo delegado Cassiano Conte, assistente da Delegacia de Homicídios, responsável pelo caso. "Vamos procurar (outros esfaqueados), sim. Mas toda aquela área de investigação é minha, não lembro de casos similares", disse.
O engenheiro foi morto com 20 facadas, na madrugada do dia 11 de março. Willian tentou ainda decapitar a vítima.
Em depoimento, ele disse que ingeriu vodca e relatou ter consciência de ficar agressivo ao consumir bebidas alcoólicas. Afirmou, também, não saber o motivo para ter praticado o crime. Cronologia da polícia apontou que, após sair de sua casa, no Morro do Salgueiro, ele caminhou cerca de cinco minutos até se deparar com o engenheiro, que havia descido do apartamento, onde morava com a mãe, para comprar cigarros. "Matou a primeira pessoa que encontrou. Foi um crime brutal e atípico", disse Conte.
Após o crime, o autor do homicídio ainda vagou pelas ruas até às 6h da manhã, antes de retornar para a sua residência . "Ele chega a cruzar com outras pessoas e a mexer na faca, mas não ataca mais ninguém", explicou o delegado.
Alexandre Herdy, titular da DHC, afirmou que as vítimas não se conheciam. "Desde as primeiras horas do crime, diversas diligências foram feitas e pelas imagens das câmeras ficou comprovado que não houve nenhum contato entre autor e vítima. O crime chocou a todos aqui na delegacia", disse.
Na sua residência, no Salgueiro, foram encontradas algumas facas, mas somente uma tinha manchas de sangue. Um tênis, parecido com o utilizado pelo criminoso na noite do crime, com sangue, também foi apreendido. O material foi encaminhado para a perícia. Preso na noite de quinta-feira, Willian não demonstrou arrependimento.
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