Geral - Rio aplica quarta dose da vacina contra covid-19 em idosos a partir de 80 anos. A cidade do Rio começou a aplicar nesta quinta-feira (24) a quarta dose de vacina contra covid-19 em idosos a partir de 80 anos. Trata-se da segunda dose de reforço. Na foto, Haroldo Correia da Silva, 85 anos, aposentado.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - A cidade do Rio começou a aplicar nesta quinta-feira (24) a quarta dose de vacina contra covid-19 em idosos a partir de 80 anos. Trata-se da segunda dose de reforço, que deve ser aplicada para reforçar o sistema imunológico deste grupo. Todas as pessoas que forem aos postos nesta faixa etária poderão receber o segundo reforço independentemente do período de intervalo do primeiro reforço. Segundo o secretário de Saúde Daniel Soranz, 173.436 pessoas acima de 80 anos estão aptas a receber a imunização na capital.
"Hoje a gente começa a vacinação para quem tem mais de 80 anos com a segunda dose de reforço. Também é chamada de quarta dose. A recomendação é de que todas as pessoas que tenham mais de 80 anos procurem uma unidade de saúde para fazer a segunda dose de reforço. As vacinas que serão aplicadas como reforço na cidade do Rio de Janeiro serão a Pfizer, a Jansen e a Astrazeneca", afirmou o secretário na manhã desta quinta-feira no Centro Municipal de Saúde Píndaro de Carvalho Rodrigues, na Gávea.
A capital, no entanto, está sem doses de Pfizer nesta quinta-feira e aguarda o envio de novo lote pelo Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde publicou a nova orientação em uma Nota Técnica na quarta-feira (23). O documento considera que os idosos acima de 80 anos têm dificuldade de produção de anticorpos por isso recomenda que todos façam a quarta dose da vacina para covid-19.  A partir de agora, estados e municípios já podem começar a campanha nacional de vacinação para esse público. A recomendação do Governo Federal é de que o intervalo seja de quatro meses após a primeira dose de reforço.

A pasta afirmou ontem que há vacinas da Pfizer suficientes para aplicação neste grupo. Alguns estados também já informaram que têm esses imunizantes em estoque. Mas no Rio de Janeiro, as doses só devem chegar na segunda-feira (4).

"Essa segunda dose de reforço é muito importante porque mantém o nível de imunidade bastante alto, como acontece após a terceira dose e é importante que os idosos procurem uma unidade de saúde para se vacinar", explicou o secretário municipal de Saúde. Soranz afirmou que há estoque de vacinas no município que garante a imunização deste grupo.
Ainda não há previsão de aplicação da segunda dose de reforço para outros grupos. O Ministério da Saúde afirmou que acompanha a necessidade da aplicação da segunda dose de reforço em outras faixas etárias e as recomendações podem ser revistas a qualquer momento.
A maior preocupação da Prefeitura do Rio neste momento são as pessoas que não retornaram aos postos após a segunda dose da vacina para receber a primeira dose de reforço. São 670 mil cariocas que já poderiam ter feito a primeira dose de reforço. "Estamos chegando a 60% da população carioca com a dose de reforço. Mas, mesmo assim ainda falta bastante gente e a recomendação é de que as pessoas procurem o quanto antes fazer a dose de reforço", frisou Daniel Soranz.
A medida restritiva conhecida como "passaporte vacinal", que cobra comprovantes de vacinação em ambientes fechados, será suspensa quando a cobertura vacinal com a terceira dose (dose de reforço) chegar a 70% da população.
O secretário Daniel Soranz classificou o panorama epidemiológico no Rio de Janeiro como "muito favorável" . "Os números de casos estão em queda. Há muito poucas internações por covid-19. É cada vez mais raro encontrar paciente com covid-19 se agravando. Mas, esse panorama não dura pra sempre. Então é importante que as pessoas voltem para tomar a dose de reforço e também, agora, que idosos acima de 80 anos tomem a segunda dose de reforço", reforçou.
A aposentada Laila Simão Monteiro dos Santos, 85, foi a primeira idosa a ser imunizada com a segunda dose de reforço na cidade do Rio. Ela recebeu a dose do secretário municipal de Saúde Daniel Soranz, no Planetário de Gávea, Zona Sul do Rio. "Estou aliviada porque tive a doença e sei como é horrível. Se tiver consciência, vacina", alertou.

O aposentado Haroldo Correia da Silva, 85, viu a notícia na manhã de hoje e já foi receber ao posto receber sua segunda dose de reforço. "Vim porque não há nada mais importante. Quantas doses precisar, eu vou tomar. É minha obrigação", comentou o idoso.

A dona de casa Teresinha Moura da Silva, 81, também assistiu na TV a notícia sobre o início da aplicação da quarta dose contra covid-19 e não perdeu tempo. Na mesma manhã compareceu ao posto de vacinação. "Eu fiquei sabendo agora pela televisão. Larguei tudo que estava fazendo. Vim com a mesma roupa. Todos devem se vacinar. Melhor do que morrer", declarou no posto de vacinação que funciona no Planetário da Gávea.
Campanha de vacinação contra gripe

Já na próxima segunda-feira (4), começa a campanha de vacinação contra a Influenza. Os idosos poderão se imunizar contra Influenza e Covid-19 na mesma hora. Não há necessidade de espaçamento entre as duas vacinas. O calendário de vacinação contra a gripe terá uma ordem de grupos prioritários, que começa com os idosos de 80 anos.
"Os idosos que deixarem para se vacinar a partir do dia 4, poderão tomar a vacina da Influenza e a segunda dose de reforço no mesmo momento", afirmou Soranz.
Os primeiros a se vacinar contra Influenza são os idosos acima de 80 anos, os que residem em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e os trabalhadores da saúde com 60 anos ou mais.
Calendário da campanha de vacinação contra gripe - Divulgação/SMS
Na semana 1 da campanha, entre 4 e e 9 de abril, podem receber o imunizante idosos com 80 anos ou maisresidentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), trabalhadores da saúde com 60 anos ou mais em qualquer unidade de saúde, e trabalhadores de saúde de qualquer idade no seu próprio local de trabalho.
Na semana 2, de 11 a 16 de abril, é a vez de idosos com 70 anos ou mais, trabalhadores da saúde com 60 anos ou mais em qualquer unidade de saúde, e trabalhadores de saúde de qualquer idade no seu próprio local de trabalho.
A semana 3, entre 18 e 20 de abril, podem ser imunizados contra a gripe idosos com 65 anos ou mais. Na semana 4, devem ir aos postos os idosos de 60 anos ou mais.
Crianças, gestantes e puérperas serão vacinadas na semana 5, entre 2 e 7 de maio.
O calendário de vacinação contra a gripe respeita uma ordem de grupos prioritários. Após os idosos e trabalhadores da Saúde, receberão a imunização crianças de 6 meses a cinco anos, grávidas e puérperas e posteriormente outros grupos prioritários como profissionais da Educação, trabalhadores do sistema penitenciário e caminhoneiros.
A partir da semana 6, de 9 a 14 de maio, devem se vacinar pessoas de grupos prioritários de 50 a 59 anos; na semana 7, de 16 a 21 de maio, de 40 a 49 anos, na semana 8, de 23 a 28 de maio, pessoas de 30 a 39 anos que pertencem a grupos prioritários, e finalmente, na semana 9, entre 30 de maio e 3 de junho, pessoas de grupos prioritários entre 5 e 29 anos.
A Prefeitura do Rio defende que o Ministério da Saúde amplie a campanha de vacinação contra a gripe para toda a população. "A nossa solicitação para o Ministério da Saúde é que amplie a vacinação da gripe para todas as pessoas. Não somente aos grupos prioritários. Essa fase inicial da campanha, faremos os grupos, mas fica o pedido ao Ministério para ampliar a campanha para todas as faixas etárias. A gripe fez muitos casos no final do ano passado no Rio e estamos com o inverno chegando, estamos no outono, que já tem aumento de casos de gripe", destacou Soranz.
Na campanha de vacina contra gripe, são considerados grupos prioritários: quilombolas e comunidades indígenas; trabalhadores da Educação; pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores de transporte rodoviário; trabalhadores portuários; forças de segurança e salvamento; forças armadas, funcionários do sistema prisional; população privada de liberdade; e pessoas com comorbidades.
Combate à Tuberculose
Nesta quinta-feira, 24 de março, é lembrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. O secretário municipal de Saúde afirmou que no Rio de Janeiro há aproximadamente 7 mil novos casos da doença por ano. Soranz afirmou que a rede de saúde trabalha para ampliar os diagnósticos e garantir que o tratamento, que dura seis meses, seja seguido até o fim pelos pacientes.
"O Rio está intensificando o diagnóstico. Desde meados de 2021, as unidades de saúde estão na busca ativa pro diagnóstico de tuberculose. A gente quer aumentar nossa capacidade de diagnosticar reforçando as equipes de saúde da família com várias campanhas. Hoje, 15% das pessoas tratadas por tuberculose na cidade abandonam o tratamento. Às vezes, o sintomas desaparecem, a pessoa fica bem. Mas, se não finalizar o tratamento, a chance da doença voltar e ainda com resistência aos antibióticos é muito grande", ressaltou.
Questionado se os números da doença vêm aumentando na cidade, o secretário afirmou que a secretaria tem dificuldade de mensurar se há aumento real nos casos, ou se a capacidade de diagnóstico cresceu. "A gente tem uma capacidade maior de testagem desde 2021. O período de covid-19 dificultou o diagnóstico dos casos. O que a gente sabe é que conseguimos diagnosticar muito mais", afirmou.  
A população deve ficar atenta aos sintomas. Se houver tosse por três semanas consecutivas, é necessário comparecer a uma unidade de saúde para realização de teste para tuberculose. O emagrecimento também é sintoma da doença.