Além de Heloá, outras crianças já foram beneficiadas com a protetização em 3DDivulgação/Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia

Rio - Diagnosticada ainda na barriga da mãe com má-formação congênita, a pequena Maria Heloá, de 4 anos, realizou, no dia 15 de março, o sonho de andar de bicicleta. A menina nasceu sem o antebraço esquerdo mas, após passar por uma adaptação criada pela equipe da Terapia Ocupacional do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e ganhar uma prótese confeccionada em impressora 3D, ela conseguiu dar as primeiras pedaladas.
Com o sucesso da adaptação, uma espécie de pré-prótese, que passou a facilitar as atividades diárias da pequena, a terapeuta Sandra Helena deu início ao segundo passo no tratamento e Heloá recebeu a prótese final. Esta foi a primeira vez que uma criança dessa idade foi protetizada no Into com essa tecnologia.

"A Heloá teve uma facilidade muito grande em se adaptar à pré-prótese, que tinha as mesmas funções de uma prótese, mas não permitia a movimentação dos dedos. Este foi um fator decisivo para ampliarmos as funcionalidades e o desempenho ocupacional da paciente por meio da protetização em 3D", explicou a terapeuta.
Nas cores vermelha e rosa, com aplicação de florzinhas, a prótese agora permite à menina realizar também outras atividades. "Ver minha filha andar de bicicleta pela primeira vez foi uma felicidade enorme e, agora, estou ainda mais feliz porque sei que ela vai poder realizar muitas coisas e se tornar mais independente, até mesmo para brincar", celebrou a mãe da menina, Samara Batista. 

Ainda segundo Sandra Helena, apesar de parecer apenas uma brincadeira para Maria Heloá, a terapia ocupacional é um meio de estimular a neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se organizar, se adaptar e se modificar a partir de experiências e vivências. "A terapia ocupacional trabalha com a função, com a atividade e, nessa faixa etária, a atividade principal da criança é o brincar e é por meio dela que nós promovemos a descoberta da funcionalidade da prótese". 

Além de Heloá, outras crianças já foram beneficiadas com a protetização em 3D. Batizado de "Pelas Mãos", o projeto vem melhorando a qualidade de vida e devolvendo funcionalidade aos pacientes. Segundo a terapeuta, as próteses confeccionadas na impressora 3D têm vantagens significativas em relação às comuns. "Além de serem confeccionadas levando-se em conta as peculiaridades de cada paciente, elas são de fácil customização, o material é mais leve e não apresenta restrição ao uso na água”, concluiu Sandra.