Flordelis é apontada como mandante do assassinato do marido, pastor Anderson do CarmoReprodução

Rio -A Justiça do Rio decidiu que a ex-deputada Flordelis vai a júri popular na segunda-feira, 9 de maio. A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, titular da 3ª Vara Criminal de Niterói, dividiu o julgamento em duas sessões por causa do número de acusados do caso. A ex-parlamentar e oito acusados respondem pela morte do pastor Anderson do Carmo, assassinado a tiros na porta de casa em junho de 2019. 
Na terça-feira, dia 12 de abril, cinco acusados do crime serão julgados pela sessão do júri. Já em maio, Flordelis e mais três rés serão recebidas no Tribunal de Justiça. “Tendo em vista o número remanescente de nove corréus a serem julgados, bem como em prol da mais ampla defesa, o julgamento será cindido em duas sessões.”, esclareceu, na decisão, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce.
Na primeira sessão, serão julgados os filhos de Flordelis Adriano dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa e a esposa, Andrea Santos Maia. Já na segunda sessão do júri, também a partir das nove da manhã, o Tribunal irá receber a ex-parlamentar, além das filhas Simone dos Santos Rodrigues e Marzy Teixeira da Silva, e da neta, Rayane dos Santos Oliveira.
De acordo com a juíza, a assistência de acusação não apresentou as devidas justificativas para o pedido e não houve fundamentação da relevância que tais informações teriam dentro do contexto do processo."Considerado não ter restado devidamente justificada e fundamentada sua relevância no contexto dos autos, ou a necessidade do pedido", explicou a magistrada.
Relembre o caso
O pastor Anderson do Carmo, 42 anos, marido da então deputada federal e também pastora, Flordelis, foi morto a tiros, na madrugada de 16 de junho de 2019, em casa, no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Na ocasião, Flordelis chegou a dizer que ele havia morrido tentando defender a família de criminosos.
Entretanto, as investigações apontaram a pastora como a mandante do crime, que teria sido motivado porque Anderson controlava rigorosamente as finanças da família e não permitia tratamento privilegiado das pessoas mais próximas à ex-parlamentar.
Por conta da denúncia, em agosto de 2021, a Câmara dos Deputados cassou o mandato de Flordelis por quebra de decoro parlamentar, por ela ter usado seu mandato para coagir testemunhas e ocultar provas do processo. Dois dias depois, ela foi presa e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Antes, quando tinha imunidade parlamentar, ela era monitorada por tornozeleira eletrônica.
Dos 55 filhos biológicos e adotivos da pastora, sete estão envolvidos no crime. Adriano dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Flávio dos Santos Rodrigues, Lucas Cezar dos Santos de Souza, Marzy Teixeira da Silva e Simone dos Santos Rodrigues estão presos. Além dos filhos, a neta Rayane dos Santos Oliveira, o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa e sua esposa, Andrea Santos Maia, também estão presos por participação no caso.