Em 1982, 158 mulheres ingressaram como soldados no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar do Rio de JaneiroDivulgação/Ccomsoc/SEPM

Rio - A criação da primeira turma feminina da Polícia Militar do Rio de Janeiro completou 40 anos no mês de março. Em 1982, 158 mulheres ingressaram como soldados no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP). Atualmente, elas representam 12% do efetivo total da corporação, o equivalente a cerca 5.100, entre oficiais e praças, segundo a Secretaria de Estado de Polícia Militar (SEPM).
O efetivo feminino da PM está distribuído por batalhões de todo o estado e dá apoio em áreas administrativas e operacionais em diversas forças especiais, como o Bope. No último dia 17, que consagra a data de admissão das pioneiras no início da década de 1980, as PMs receberam diversas homenagens pelas redes sociais e dos comandos de onde prestam serviços.
“Entre os mais de 43 mil policiais militares, o efetivo feminino, com sua importância ímpar dentro da instituição, tem somado forças a um trabalho fantástico. As mulheres fardadas têm ajudado a reduzir os índices de criminalidade no estado e, sobretudo, a dar mais proteção, principalmente a vítimas femininas em situação de perigo”, comentou o governador Cláudio Castro.
Mulheres em risco
A eficácia da atuação da PM feminina no estado é traduzida em números. Além de patrulhamentos diários, só o programa Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida (PMP-GV), por exemplo, já atendeu 105.335 mulheres em situação de violência doméstica em todo o estado, desde agosto de 2019, quando foi lançado, em fevereiro deste ano. Hoje, 45 equipes da PMP-GV estão espalhadas pelo estado.
“Trata-se de um número muito expressivo para um período de dois anos e meio, mas ao mesmo tempo preocupante. Esse volume de atendimentos demonstra que o desafio para enfrentar a violência contra mulher ainda é muito grande”, ressalta o secretário da SEPM, Coronel Luiz Henrique Marinho Pires.
Desses mais de 105 mil atendimentos, 93,2% dos casos são relativos à fiscalização de medidas protetivas, missão que representa a essência do programa preventivo. Nesse mesmo período - de dois anos e meio -, 31.112 mulheres foram atendidas com esse tipo de ação e muitas delas receberam por mais de uma vez a visita dos policiais.
Comandante da Diretoria de Assistente Social (DAS), a coronel Clarisse Antunes Barros faz parte das conquistas das femininas na corporação ao longo das últimas quatro décadas. Ela ingressou na Corporação em 1991, ano em que as mulheres passaram a ter direito, por lei, a assumir todas as patentes no quadro hierárquico. Até então, o acesso delas estava restrito apenas à patente de capitão.
Há 31 anos na PM, Clarisse se orgulha de ter feito curso de piloto de helicóptero e de ter sido a primeira mulher a comandar uma unidade aérea militar no Brasil. Entre 2013 e 2014, e depois de 2016 a 2018, ela foi Comandante do Grupamento Aeromóvel da PM, então com oito aeronaves e 210 homens (10%, mulheres).
“Acompanho e celebro com orgulho todo tipo de evolução feminina na PM, pois ainda estou na ativa. Antes de 1991, mulheres na PM só podiam atuar na Companhia de Trânsito. Essas conquistas são a maior prova de que a Polícia Militar dá oportunidades iguais a homens e mulheres. A corporação valoriza os que têm objetivos e força de vontade”, avalia Clarisse.
Fique por dentro
A Companhia de Polícia Militar Feminina (Cia Fem) foi criada pela Lei nº 476, de 11/11/1981.
A então 1º Tenente Sonia Cristina Damásio Paladino foi a primeira mulher na história da PMERJ a assumir um cargo de chefia, passando a liderar a Companhia Independente da Polícia Militar Feminina
A primeira turma da PM feminina do Rio tinha 158 soldados
Atualmente a PMERJ tem 5.100 mulheres (12% do efetivo)
Eram 4.482, entre oficiais e praças em 2017, o que representava 9,8% da tropa militar do estado