Em passeata do Centro à Zona Sul, cerca de 100 garis pediram por melhores salários e condições de trabalhoFabio Costa

Rio - Na véspera de completar 10 dias, a greve dos garis do Rio de Janeiro foi considerada abusiva pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), nesta quinta-feira (5). Segundo parecer da procuradora regional do trabalho, Deborah da Silva Felix, a paralisação não respeitou parte da legislação trabalhista. A procuradora considerou ainda que o sindicato da categoria não poderia declarar greve, enquanto as negociações ainda estivessem mantidas.
"Mesmo considerando justo e legítimo o pleito pensamos que, socorrendo-se da greve como meio de pressão, deveriam atentar para os requisitos legais exigidos, que somente justificariam sua superação diante de situações que envolvessem grave risco aos trabalhadores, o que não vislumbramos na hipótese examinada", diz trecho do documento.
Segundo o secretário geral do Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro (Siemaco-Rio), Antonio Carlos da Silva, a decisão da procuradora ainda não foi enviada formalmente ao sindicato.
"Soubemos da decisão por nosso advogado. Ela já foi enviada ao Tribunal do Trabalho e já apresentamos nossa defesa. O TRT ainda precisa marcar o julgamento da greve", informou Silva.
Depois de duas audiências de conciliação e três assembleias, os garis e a Comlurb e funcionários ainda não chegaram a um consenso.
Na última rodada de negociações, durante audiência de conciliação no Tribunal do Trabalho, a proposta previa reajuste salarial de 6% em março, 2% em agosto e cerca de 2% em novembro, além de reajuste de 3% no tíquete alimentação. Também está na proposta, a compensação de três dias de greve, sem desconto. Os trabalhadores rejeitaram essa proposta.
Pela manhã desta terça-feira, um grupo com mais de 100 garis fez uma passeata do Centro até a Zona Sul da cidade em protesto por melhores condições de salário. "Respeitem os Garis!", "Não tem arrego", eram alguns dos gritos entoados pelos profissionais da Comlurb, que buscam um acordo com a companhia e a Prefeitura do Rio por aumento de salários e benefícios.