Garis fazem protesto em frente ao prédio do TRT durante audiência de conciliaçãoCleber Mendes/Agência O Dia

Rio - Depois de 11 dias e mais uma rodada de negociação, a greve dos garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) ainda não chegou ao fim. Durante audiência no Tribunal do Trabalho (TRT-RJ), nesta quinta-feira (7), a proposta pedida pelos trabalhadores de 15% no reajuste dos salários e tíquetes de alimentação não foi aceita pela companhia. Pelo novo acordo, seria mantido o reajuste salarial de 6% em março, 2% em agosto e o restante em novembro, de acordo com o aumento dos outros servidores. O tíquete alimentação teria aumento de 6% (anteriormente o valor acordado era de 3%). A audiência foi acompanhada em meio a protestos dos garis na porta do TRT.  
“Vamos marcar mais uma assembleia com a categoria para amanhã (sexta-feira). Também foi proposto pela Comlurb a compensação de cinco dias da greve, os outros seis seriam pagos pelos trabalhadores intercaladamente ao longo dos meses”, disse Antonio Carlos Silva, secretário geral do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação (Siemaco).

Na última audiência, no dia 31 de março, os trabalhadores rejeitaram a proposta apresentada em assembleia da categoria.
“O MPT (Ministério Público do Trabalho) entendeu a greve como abusiva. Deu esse parecer e mandou para o tribunal. Na segunda-feira (12), vai ocorrer o julgamento da abusividade da greve no TRT”, informou Silva.

Em greve desde o dia 28, nesta semana, os trabalhadores reviram a pauta de reivindicação e pediram a volta das negociações. Antes a categoria, que está sem reajuste há três anos, pedia 25% de reajuste nos salários e tíquetes alimentação. A nova proposta pedia 15% de aumento. 
 
MPT considera greve abusiva
Também no início desta semana, a procuradora regional do trabalho, Deborah da Silva Felix, considerou em seu parecer encaminhado à Justiça do Trabalho que a paralisação não respeitou parte da legislação trabalhista. A procuradora afirmou ainda que o sindicato da categoria não poderia declarar greve, enquanto as negociações ainda estivessem mantidas.

Semana de protestos
Pela manhã da terça-feira (5), um grupo de garis fez uma passeata do Centro até a Zona Sul da cidade em protesto por melhores condições de salário. "Respeitem os Garis!", "Não tem arrego", eram alguns dos gritos entoados pelos profissionais da Comlurb. Nesta quarta-feira (6), os trabalhadores fizeram protestos em frente as sedes da Comlurb e da prefeitura.