Dois ramais da SuperVia pararam nesta quarta-feira (6) por causa dos furtos Arquivo / Reginaldo Pimenta / Agência O DIA

Rio - O governador do Rio, Claudio Castro anunciou, nesta quinta-feira (7), a suspensão da negociação do aumento da tarifa da SuperVia. Castro considerou ainda como "cara de pau" o pedido de reajuste. O governador disse ainda que, nesta sexta-feira (8), a Secretaria de Estado de Transporte e a Central Logística, em conjunto com a Agetransp, farão uma vistoria técnica em um dos ramais da concessionária.
Mesmo depois da criação da força-tarefa para coibir os roubos de cabos, dois ramais da SuperVia pararam nesta quarta-feira (6) por causa dos furtos. Cinquenta e quatro estações amanheceram fechadas. “É um absurdo que uma concessionária submeta a população do Rio de Janeiro ao fechamento de 54 estações e imponha a sua incapacidade operacional ao cidadão fluminense”, disse o governador.
Em pronunciamento, Castro afirmou que o Estado do Rio de Janeiro tem feito a sua parte e atua em boa fé com todas as concessionárias, mas que ainda cabe à concessionária fazer a parte dela. O governador listou uma série de falhas operacionais que têm ocorrido. Segundo ele, falta manutenção, conservação, há composição sem controle que sobe na plataforma, viagens são interrompidas por queda na rede elétrica, portas dos vagões não fecham, o tráfego permanece interrompido e os atrasos são rotina na vida dos usuários.
Números questionados
“É inadmissível atribuir todas as questões a furto de cabo. Mesmo quando atacamos diretamente esse ponto, os números divulgados pela concessionária não se sustentam quando confrontados com registros oficiais da Agetransp. Segundo a concessionária, em 2021, foram furtados 38 quilômetros de cabo. Se o número fosse real, não haveria mais trens em circulação”, relatou o governador. Também no pronunciamento, Castro disse que o governo não vai “tolerar insuficiência técnica” da Supervia.
Retomada das estações
Conforme o governador, além dos resultados da Força Tarefa, que atua sem parar desde setembro de 2021, ele determinou que a partir desta sexta-feira, a Polícia Militar dê o início a um plano de retomada de 12 estações que hoje são consideradas perdidas pela SuperVia. “Além disso é preciso diferenciar segurança pública, área que o governo tem apresentado insistentemente resultados positivos, de segurança patrimonial de responsabilidade da concessionária como estipulado em contrato. O que está lá é patrimônio público do povo do Rio de Janeiro e não pode ser dilapidado por negligência ou por má fé”, ponderou o governador.
Segundo Castro, a concessionária mantém um convênio assinado coma Polícia Militar que garante um assento na empresa no Centro Integrado de Comando e Controle para o rápido acesso às forças policiais. Mas que, em nenhum momento, a Supervia utilizou esse recurso.
Sem negociação
O governador disse ainda que a interrupção das tratativas coma concessionária será até o serviço seja normalizado. “Esse ano, em 90 dias de operação em 82 deles a Supervia apresentou problemas. A segurança pública não será utilizada como justificativa para problemas da concessionária. O governo do estado não vai dar um realsequer de recurso para acionista enquanto o povo do Rio de Janeiro não recebeum real de investimento em retorno”. Procurada pelo O Dia, a SuperVia ainda não se pronunciou.