Homem acusado de ataques racistas parado ao lado dos segurançasReprodução/TV Globo

Rio - A Polícia Civil identificou o homem suspeito de fazer ataques racistas contra uma professora e o sobrinho dentro de uma cafeteria em um shopping na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, em outubro de 2020. A 16ª DP (Barra da Tijuca) informou que a vítima já reconheceu o agressor, que, segundo as investigações, é diagnosticado com esquizofrenia. Mesmo assim, ele será intimado a prestar depoimento.

O caso ocorreu dentro da Starbucks do BarraShopping, e voltou a ter repercussão após a divulgação das imagens das câmeras de segurança, mostradas pelo "Fantástico", da TV Globo. A vítima, identificada como Mônica Rosa, revelou que sente medo do homem até hoje. Segundo ela, ele levantou, foi até eles, apontou o dedo para o rosto de seu sobrinho e perguntou: "Por que você sorriu? Você passou por mim e ficou rindo da minha cara, eu quero saber por quê".

"Meu sobrinho falou assim: 'Moço, eu não te conheço, eu estava de máscara'. Ele respondeu: 'Você não sai daqui hoje, se eu não furar você. Hoje eu te furo todo aqui'. Aí eu começo a ficar nervosa: 'Moço, pelo amor de Deus, o que você está falando?'. Me chama de vagabunda e diz que vai quebrar a minha cara. 'Você é uma preta imunda, sua vagabunda, sai daqui'. Aí quando ele fala isso eu saio da loja e começo a gritar", contou a mulher.

Minutos depois do início da discussão, a professora vai para fora da loja e continua a ouvir ofensas racistas do homem contra o jovem. De acordo com Mônica, ele dizia que "era de um condomínio de luxo da Barra. Ele dizia que aquilo que ele estava fazendo era para a gente aprender. Para não voltar mais àquele espaço. Que aquele espaço não era nosso". Ela ainda relembra que uma senhora, também branca, a perguntou o que ela havia feito contra o homem para ele estar tão irritado.

As imagens mostram que as ofensas do homem não cessaram nem com a presença dos seguranças do shopping que, por sua vez, também não tentaram conter a fúria do acusado em momento algum. Testemunhas informaram que todos os presentes na cafeteria ficaram muito assustados porque "era um homem grande, um homem alto gritando descontroladamente".

Investigações

Mônica registrou queixa na polícia logo após o ocorrido. Segundo o Ministério Público, o agressor pode responder pelo crime de injúria racial, quando se ofende a dignidade de alguém por causa de sua raça ou cor, e também por agressão.

A Starbucks Brasil afirmou que compartilhou as imagens assim que elas foram solicitadas pela polícia
e pela Justiça, em junho do ano passado. A cafeteria citou também que o agressor dizia estar armado, causando muito medo em todos os presentes. Já o BarraShopping explicou que a equipe de segurança acompanhou o ocorrido "atuando nos limites de sua atribuição".