Filho contou que a mãe está em estado de choque e sofrendo muitoArquivo Pessoal
"Quando eu vi ela batendo no chão, sendo arrastada, eu falei: "perdi minha mãe", porque não tem como sobreviver disso aí. Não dá. Ela só está viva por um milagre de Deus. Eu tinha certeza que eu ia encontrar ela morta. Eu imaginei que eles iam parar em algum momento e soltar ela, mas não, soltou porque arrebentou (o cinto de segurança). Então, para mim, eu ia encontrar ela morta. Eu dei um grito, veio do fundo da minha alma, aquele grito de desespero e comecei a correr atrás do carro, vendo ela batendo no chão", desabafou Alex.
A vítima, que estava no banco do meio, não conseguiu sair. Segundo o filho, ao perceber que Elci havia ficado presa, ele correu atrás do veículo e foi ajudado por um motorista que o levou até o local onde estava a idosa, cerca de três quarteirões de distância de onde aconteceu o assalto. Ele encontrou a mãe caída, com alguns moradores em seu entorno, que acionaram socorro e a polícia.
A idosa foi socorrida para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte. As costas, os braços e as pernas ficaram em carne viva e, segundo o filho, o asfalto ficou grudado nessa região. A vítima ainda quebrou o ombro em três partes e vai passar por um cirurgia nesta terça-feira (12) para a colocação de um prótese. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o estado de Elci é estável. Segundo Alex, toda a família está em estado de choque.
"Graças a Deus ela está fora de risco, mas ela está sofrendo muito. Ela está em estado de choque ainda, porque o asfalto grudou todo nessa parte do corpo e tiveram que limpar arrancando na mão, senão infecciona. Então, apesar de ela estar fora de perigo de vida, ela está sofrendo. Você imagina ver ela caindo, batendo no asfalto, sendo arrastada, e ela gritando, eu gritando. É uma coisa inexplicável, uma tragédia. Minha filha de 7 anos, meu filho de 14, minha mulher, todo mundo gritando desesperadamente e eu correndo atrás do carro. Está todo mundo em estado de choque ainda", lamentou o corretor.
"Ontem, a gente levou minha filha para ficar com a minha sogra. Minha esposa deixou o celular com ela para ela ficar jogando, se distrair. O telefone tocou e o número não estava cadastrado nos contatos, ela começou a falar: "vovó, não atende, não. É o bandido que quer matar meu pai". Você imagina? Eles viram a avó ser arrastada, começaram a gritar. Essa cena não sai da minha cabeça. Minha mulher chora o tempo todo, meu filho dormiu de manhã, só levantou 19h da noite. É um estado de choque", continuo ele.
O crime foi registrado na 39ª DP (Pavuna) ainda na noite de sábado e um dos autores já foi identificado. As investigações seguem na distrital para localizar testemunhas e imagens de câmeras de segurança que registraram a ação. No roubo ao carro, os assaltantes também ficaram com o celular de Alex e da esposa, mas somente Aline conseguiu bloquear seu aparelho. Os bandidos usaram as redes sociais do corretor para aplicar golpe.
"Eles entraram no meu Instagram, se valendo da informação (sobre o caso) que tinha saído naquelas páginas da Pavuna, e se valendo que a minha mãe está internada, botaram como se fosse eu pedindo doação para uma senhora que estava internada no hospital muito mal. É mau. É isso que me revolta. Se tivessem roubado meu carro e ido embora, eu estava na minha, quieto. Mas a maldade que eles fizeram com minha mãe e ainda fizeram isso depois. Um crime desse não pode ficar impune."
Caso João Hélio
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