Secretaria Municipal de Saúde já realizou, desde o início do ano, mais de dois milhões de vistorias em imóveis para controle de possíveis focos do Aedes aegyptiDivulgação/SMS
Cidade do Rio tem aumento de 55% nos casos de dengue nos primeiros quatro meses do ano
Somados, os bairros de Paciência, Santa Cruz e Sepetiba, na Zona Oeste, registraram o maior número de casos no município neste período: 161
Rio - A cidade do Rio tem notificados este ano 604 casos de dengue. O aumento é de 55% quando comparado entre os meses de janeiro e abril de 2021, que teve 390 registros. De acordo com dados da prefeitura, a região que engloba os bairros de Paciência, Santa Cruz e Sepetiba, todos na Zona Oeste, registrou o maior número de casos no município neste período: 161. O ano passado toda a mesma região contabilizou 49 casos.
Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Rio), entre os meses de janeiro e abril, em 2018, foram 2.260 casos; em 2019, 7.581; em 2020, 851; e em 2021, 390. De acordo com a pesquisadora em saúde, Chrystina Barros, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, qualquer variação no número de casos de uma determinada doença requer atenção.
“O primeiro ponto é em relação se estamos notificando esse ano o que não foi notificado no ano passado. Sem dúvida nenhuma, a pandemia teve impacto. Nos dois últimos anos, nós perdemos a notificação de uma série de doenças. Então essa comparação, talvez, não seja o melhor indicador da gravidade, mas lembrarmos de que a dengue significa a falta de controle de um vetor que é o Aedes aegypti”, avaliou a pesquisadora.
Chrystina disse ainda que o Aedes aegypti, além de uma febre hemorrágica, pode trazer também os riscos de casos de zika e chikungunya: “São doenças que podem ter um impacto muito maior, principalmente às gestantes e em complicações de longo tempo. Sinal que precisamos trabalhar para o controle do vetor, mas não necessariamente pela comparação com o ano passado, e sim pela gravidade da doença e do que representa esse descontrole do Aedes na população”.
A prefeitura informou que, embora seja o segundo menor número de casos da doença dos últimos cinco anos, a SMS-Rio está atenta e já realizou, desde o início do ano, mais de dois milhões de vistorias em imóveis para controle de possíveis focos do Aedes aegypti. Cerca de 480 mil recipientes que poderiam servir de criadouro do mosquito foram eliminados.
“A SMS-Rio também realiza ações educativas e de mobilização social para orientar a população sobre as medidas de caráter individual e coletivo para a prevenção de arboviroses urbanas. No verão, essas ações são intensificadas”, diz nota da SMS-Rio.
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