Waldomiro Meirelles, o Mirinho, é sobrinho de uma das matriarcas da PortelaDivulgação

Rio - Um dos baluartes da Escola de Samba Portela, Waldomiro Meirelles, o Mirinho, de 92 anos, será um dos componentes da escola no desfile deste ano. Membro da Galeria da Velha Guarda da agremiação, o morador de Oswaldo Cruz será destaque no carro abre-alas da escola em desfile que traz como tema central do enredo a árvore sagrada africana, o baobá.
Mirinho não desfilava na escola há dois anos por conta de problemas de saúde e agora, com ajuda da agremiação, será um dos componentes no desfile deste ano. O baluarte virá sentado no carro abre alas, ao lado de Iranette Ferreira Barcellos, a tia Surica. Ele estará no lugar onde ficaria o Monarco, que morreu em dezembro do ano passado, aos 88 anos.
"Muito satisfeito em poder desfilar. A labirintite me tirou dois anos do desfile, mas estou voltando com a força do pessoal da Portela. Estou indo, graças a Deus e acho que vai ficar muito bacana. Estou feliz", comentou Mirinho.
O baluarte é sobrinho da lendária Dona Ester, figura importante na fundação da Portela, na década de 1920. Morador de Oswaldo Cruz, Mirinho ainda reside na mesma casa em que nasceu em 1930. Ele chegou a colaborar com a escola em diversas diretorias. Na sua última passagem, ele foi diretor de Harmonia da Escola.
Para Mirinho ser parte novamente do desfile da Portela é uma grande emoção e ele espera que a participação em 2022 também ajude em um possível título da agremiação, que se sagrou campeã pela última vez em 2017. "Muita esperança de que a minha escola estar bem armada para trazer esse campeonato para nós", comentou o baluarte.
Portela em 2022
Vinte e duas vezes campeã do Carnaval Carioca, a Portela será a segunda escola a entrar na Sapucaí, no sábado (23), segundo dia de desfiles, às 23h. A escola terá como samba-enredo a árvore sagrada africana, baobá, relacionando-a com a história da escola.
O samba-enredo — composto por Wanderley Monteiro, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Bira, Edmar Jr, Paulo Borges e André do Posto 7 — narra uma história de resistência, acolhimento, longevidade e sobrevivência, mostrando a semelhança entre a árvore e o legado trazido pelo povo africano para o Brasil.