Vereador Gabriel MonteiroReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Gabriel Monteiro afirma que irá fiscalizar hospitais do Rio, mas prefeitura só é notificada depois
Em seu perfil oficial no Twitter, o vereador diz que está sendo condenado por querer 'melhorias imediatas'
Rio - O vereador do Rio Gabriel Monteiro (PL) enviou, na última terça-feira (26), um ofício à Secretaria municipal de Saúde (SMS) afirmando que iria fiscalizar hospitais e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da capital fluminense. De acordo com a prefeitura, o documento chegou à pasta somente nesta quarta-feira (27).
Ainda segundo a SMS, apesar da afirmação do vereador, não houve registro de que ele tenha comparecido a alguma das unidades municipais relacionadas no documento". Em seu perfil oficial no Twitter, Monteiro afirmou que está sendo condenado por querer "melhorias imediatas".
"Seu parente está morrendo numa unidade de saúde sem o devido atendimento? Tomando remédios vencidos, ou jogado na porta de um hospital? Ia fiscalizar e exigir melhorias imediatas, contudo já tô sendo condenado", afirmou o vereador.
No último dia 11, o juiz federal Marcelo Barbi Gonçalvez, da 6ª Vara do Tribunal Regional Federal, proibiu que Gabriel entrasse armado em unidades de saúde para fiscalização. O parlamentar é conhecido na internet por fazer "batidas" em unidades de saúde acompanhados de seus seguranças e filmar tudo para seu canal no Youtube.
De acordo com a decisão, a pena para caso o vereador descumpra a determinação sobre o porte de armas é de R$ 50 mil para cada ocasião em que ele for flagrado nessa condição. A sentença do juiz também prevê uma limitação no número de assessores que acompanham o vereador nessas fiscalizações. Apenas um funcionário do seu gabinete poderá lhe acompanhar.
Dois dias depois após a decisão de Barbi, Gabriel realizou uma fiscalização na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rocha Miranda, na Zona Norte, acompanhado de quatro pessoas. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Gabriel Monteiro esteve na unidade de saúde por volta das 18h. A pasta ressaltou que a Polícia Militar precisou ser acionada por conta do comportamento agressivo do vereador com os profissionais que estavam de plantão na unidade.
À época, o Cremerj, responsável pelo pedido que proíbe o vereador de fiscalizar unidades de saúde armado e acompanhado por várias pessoas, informou que estava tomando todas as medidas legais e cabíveis a fim de garantir, na íntegra, o cumprimento da decisão judicial.
Hoje, procurado pelo DIA para comentar sobre a afirmação do vereador, o órgão não deu retorno. A reportagem também tentou contado com Monteiro, mas não obteve sucesso.
Gabriel é investigado por uma suposta quebra de decoro parlamentar após denúncias de que usava assessores do gabinete parlamentar em benefício próprio, além de acusações de assédios moral e sexual e estupro. Ele também é investigado pela Polícia Civil em um inquérito que apura se ele gravou e divulgou vídeos íntimos com menores e se ele forjou um atentado contra sua equipe em Quintino, no ano passado.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.