Os treinos são curtos e feitos em diferentes horários para condicioná-los a trabalhar tanto durante o dia quanto à noiteDivulgação

Rio - A patrulha canina do Corpo de Bombeiros do Rio recebeu dois grandes reforços. Dois filhotes farejadores, um Braco Alemão e o outro um Setter Inglês, ambos com 3 meses, iniciaram o treinamento para serem preparados para salvar vidas, em Magé, no canil da corporação. O local já conta com 17 animais: 10 já estão aptos ao serviço, 5 em treinamento e 2 estão se aposentando.

Os filhotes, machos, recém-chegados do Espírito Santo, começaram a receber os treinamentos há um mês, no 2° Grupamento Socorro Florestal e Meio Ambiente de Magé (2º GSMA). Os filhotes recebem estímulos, em diversos ambientes de modo a desenvolverem a motricidade, além da interação com o condutor.
"Nesta primeira fase trabalhamos a parte sensorial e condicionamos o cão a procurar uma pessoa pelo olfato, para aguçar o instinto de caça. Nós colocamos pisos diferentes, com água, escombro, terra, pedra, obstáculos, inclinação. Eles atravessam esta pista diariamente. Colocamos também estímulo de som, porque são animais que vão trabalhar com retroescavadeira, com trovoada, então não podem se assustar com barulho forte, com chuva, com nada disso", explica o chefe de operações do canil, Willian Pellerano.

Por ainda serem filhotes, os treinos são curtos e feitos em diferentes horários para condicioná-los a trabalhar tanto durante o dia quanto à noite. Segundo o tenente Pellerano, o treinamento é realizado de maneira lúdica, como se fosse uma brincadeira, para que seja prazeroso para o filhote. Conforme crescem e se adaptam, os treinamentos vão se aperfeiçoando, com buscas a vítimas em meio a escombros e estruturas
Apesar de ser um sucesso em outros órgãos de segurança pública, é a primeira vez que o canil trabalha com estes tipos de raças. Cães da raça Braco Alemão já atuam na Polícia Rodoviária Federal do Rio, e nas forças militares do Amapá e Santa Catarina. Já o Setter Inglês tem histórico de atuações na Bahia.

"Esses cães atuam com sucesso em outras corporações, pois são de caça, amigáveis e cheios de energia. Por serem desenvolvidos para caça, eles têm um faro muito apurado, senso ideal para o nosso serviço de busca de vítimas. Eles são cães muito resistentes e atuam muito bem em busca nas matas", conta Pellerano.

O filhote da raça Braco Alemão vai substituir o labrador Nino, que há nove anos está na corporação. Nino participou de importantes salvamentos no Rio, estando presente no resgate das vítimas do desabamento na Muzema, Zona Oeste do Rio, e nas recentes tragédias causadas pela chuva em Petrópolis, Paraty e Angra dos Reis.
Em média, os cães trabalham durante 8 anos. Mas, aos seis anos, é iniciado o processo com outro animal para conseguir substituir o veterano. Para estar apto para o serviço, é necessária uma preparação que dura cerca de 1 ano e meio a dois anos.
O canil do corpo de bombeiro foi fundado em 2006 e há 15 anos contam com o serviço de cães. O quartel de Magé é especializado no trabalho com cães, preparando bombeiros e cães para atuarem juntos no apoio a eventos de busca em matas, em deslizamentos e desabamentos, entre outros.

Trinta e cinco animais já serviram na Seção de Operações com Cães do 2° GSFMA, atuando até em eventos de socorro internacional, como no Haiti. Atualmente, 13 cães da corporação têm certificações nacionais e internacionais.

Concurso para nomear os filhotes

O Corpo de Bombeiros está realizando uma votação para a escolha do nome dos dois filhotes que foram recém-recrutados. Os filhotes serão batizados com os nomes mais votados pelo Instagram da corporação (@corpodebombeiros_rj). As opções de nome são:

— Braco Alemão: Inka e Ice.

— Setter Inglês: Boss ou Bravo.